Dólar ronda estabilidade com investidores atentos a reunião sobre meta de inflação no Brasil e dados dos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar rondava a estabilidade nesta quinta-feira (29) após ter registrado mais um dia de ganhos na véspera, apoiado pelo clima de aversão ao risco no exterior. Na quarta (28), presidentes de bancos centrais globais sinalizaram que novas altas de juros ainda podem ser necessárias, o que beneficiou a moeda americana.

A divisa passa, ainda, por um momento de correção após ter registrado quedas sucessivas nas últimas semanas, chegando a operar em seu menor valor em mais de um ano.

Nesta quinta, investidores aguardam a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que vai discutir as metas de inflação do país. O mercado não espera, porém, uma mudança das metas já definidas —de 3,25% neste ano e 3% em 2024 e 2025.

Às 9h41 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a R$ 4,8490 na venda. Na B3, às 9h41 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,06%, a R$ 4,8520.

Na quarta, o dólar registrou nova alta ante o real e voltou aos R$ 4,85 com investidores reagindo às falas de autoridades de grandes bancos centrais sobre o futuro da política de juros.

Já a Bolsa brasileira teve queda puxada pela Vale e por ações do setor bancário. O Ibovespa também ainda é impactado por um movimento de realização de lucros iniciado na semana passada.

Assim, o índice fechou o dia em queda de 0,71%, a 116.681 pontos, enquanto o dólar subiu 1,10%, a R$ 4,850.

Nos mercados futuros, os juros tiveram leve alta, em especial os de prazos mais longos. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 foram de 12,96% para 12,97%, enquanto os para 2025 saíram de 10,96% para 11,01%. As curvas para 2026 subiram de 10,30% para 10,40%.

Além do ambiente global de aversão ao risco, pesou sobre os mercados futuros o anúncio do governo de injeção de mais R$ 300 milhões no programa que concede descontos à compra de carros “populares” para continuar estimulando as vendas do setor automotivo.

Na Bolsa, o Ibovespa foi pressionado por um movimento de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que tiveram forte valorização para efetivar seus ganhos.

Uma forte queda de 3,23% da Vale, que foi a mais negociada da sessão, puxou o Ibovespa para baixo, mesmo em dia de alta do minério de ferro no exterior. A mineradora sofreu um corte de recomendação de compra de suas ADRs (certificados de ações emitidos nos EUA) pelo ScotiaBank.

O setor bancário também teve um dia negativo e ajudou a puxar o índice para baixo, com o Bradesco, o Itaú e o Banco do Brasil caindo 2,01%, 1,05% e 1,19%, respectivamente, após dados de crédito do Banco Central mostrarem que a inadimplência no Brasil atingiu em maio seu nível mais alto em mais de cinco anos.

O líder das quedas do dia, no entanto, foi o setor de proteínas. A BRF e a JBS caíram 4,72% e 4,27%, respectivamente, e registraram os maiores tombos do pregão, após registro de um caso de gripe aviária no Espírito Santo.

Nos EUA, os índices acionários seguiram direções mistas. Enquanto o Dow Jones caiu 0,22%, o Nasdaq teve alta de 0,27%. Já o S&P 500 terminou o dia estável.

Redação / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS