Dólar sobe com mercado à espera de dados de inflação e ata do Copom

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar registou mais um dia de alta e subiu 0,39% nesta segunda-feira (7), cotado a R$ 4,894, acompanhando a tendência da moeda americana no exterior enquanto investidores esperam a divulgação dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil. O mercado aguarda, ainda, a publicação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), prevista para esta terça (8).

Já a Bolsa brasileira teve desempenho negativo e chegou a perder os 119 mil pontos na mínima do dia, passando por realização de lucros em meio a uma agenda fraca de indicadores. Baixas de “small caps”, como Meliuz, CVC e SLC Agrícola, pressionaram o Ibovespa, que fechou em queda de 0,10%, aos 119.379 pontos.

Nesta segunda, o boletim Focus, do Banco Central (BC), mostrou que analistas reduziram suas projeções para a Selic no fim deste ano. Agora, a expectativa é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano, ante 12,00% do levantamento anterior.

A redução ocorre após o Copom ter promovido uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic em sua última reunião, na semana passada, num corte maior que o esperado pelo mercado.

Os analistas consultados pelo BC também reduziram a projeção para os juros básicos ao final de 2024 e 2025 a 9,00% e 8,50% respectivamente, de 9,25% e 8,75% na semana anterior.

O mercado espera, ainda, a divulgação da ata da última reunião do Copom, que trará detalhes sobre a decisão do comitê, incluindo os argumentos utilizados para um corte de magnitude mais alta.

Na quarta-feira (9), serão divulgados os números de inflação de julho da China, e o índice de preços ao consumidor dos EUA será publicado no dia seguinte.

“Os números de inflação desta quinta-feira serão observados de perto pelo Fed. Os mercados estão esperando que o número mensal do núcleo seja consistente com a recente tendência desinflacionária, em níveis compatíveis com uma inflação anual de 2% ou 3%”, comentou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

Sem grandes motivadores no dia, a Bolsa brasileira teve leve queda no pregão desta segunda, puxada principalmente pelas “small caps”, empresas menores e mais ligadas à economia doméstica, lideravam as perdas do dia. O índice que reúne essas companhias registrava queda de 0,67%, e as maiores perdas eram de Meliuz (6,95%), CVC (3,97%) e Renner (3,16%).

“As empresas que vinham numa boa performance estão enfrentado certa realização [de lucros] por conta da ausência de notícias mais específicas. O mercado em compasso de espera e no aguardo de decisões sobre o avanço do arcabouço fiscal e da Reforma Tributária”, diz Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

Além disso, os juros futuros registraram alta nesta segunda e também pressionaram a performance das small caps. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 subiram de 12,47% para 12,48%, enquanto os para 2025 foram de 10,48% para 10,55%, com investidores ajustando posições antes da divulgação da ata do Copom e diante do avanço dos rendimentos dos títulos americanos.

A sessão também foi negativa para o setor bancário, com Itaú e Bradesco ficando entre os papéis mais negociados da sessão e registrando perdas de 0,79% e 0,71%, respectivamente.

Na ponta positiva ficaram a Petrobras e a Vale, que são as maiores da Bolsa e atenuaram a queda do Ibovespa. A petroleira teve alta de 0,63%, ensaiando recuperação de fortes perdas recentes após a divulgação de seu balanço do segundo trimestre, enquanto a mineradora subiu 0,31%, em dia de alta do minério de ferro no exterior.

No câmbio, o dólar acompanhou o exterior e teve alta ante o real. O índice que mede o desempenho da moeda americana ante outras divisas fortes ficou estável, mas países exportadores de commodities foram especialmente afetados pelo declínio de preços dos produtos no exterior.

“As commodities estão em baixa, principalmente o petróleo, o que está puxando um pouco essa valorização do dólar frente as moedas emergentes. Também há um pouco de reflexo da Europa, com os dados da Alemanha”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.

A produção industrial da Alemanha caiu 1,5% em junho, em comparação com o mês anterior, conforme o escritório federal de estatísticas. Analistas consultados pela Reuters previam queda de 0,5%.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários tiveram alta em meio ao otimismo sobre os dados de inflação que serão divulgados nesta semana. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,90%, 1,16% e 0,61%, respectivamente.

Redação / Folhapress

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