Dólar tem pouca variação e Bolsa cai com anúncio de recorde de arrecadação para setembro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após começar o dia com uma tendência de alta mais acentuada, o dólar apresenta estabilidade nesta terça-feira (22), com anúncio de arrecadação recorde para setembro no Brasil.

Às 12h32, a moeda caía 0,08%, a R$ 5,697. A Bolsa recuava 0,76%, a 129.363 pontos, refletindo o viés negativo dos mercados acionários globais, com o minério de ferro em queda na China.

A mudança de rumo na moeda americana foi impulsionada pela divulgação de dados da arrecadação. O governo federal arrecadou R$ 203,17 bilhões em setembro, uma alta real de 11,61% sobre o mesmo período de 2023.

O desempenho é mais uma vez recorde para o mês na série histórica, iniciada em 1995. Os números superaram as expectativas do mercado.

Os investidores estão avaliando o impacto desses dados e as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que está em viagem a Washington para participar das reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participam desta agenda nos Estados Unidos.

As falas devem ser acompanhadas com atenção, especialmente em um momento em que as preocupações sobre a política fiscal nacional estão gerando incertezas nas mesas de operações.

O mercado doméstico segue preocupado com a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas. Planos de corte de gastos, anunciados na semana passada pela ministra Simone Tebet (Planejamento) e pelo ministro Fernando Haddad, devem ser detalhados após o segundo turno das eleições presidenciais, em 27 de outubro.

Na cena corporativa, a Bolsa era afetada por ações de empresas do setor de commodities, como Petrobras e Vale, com quedas de 0,64% e 0,27%, respectivamente.

Para Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, o mercado é também impactado por uma “agenda mais esvaziada em relação a notícias”.

No contexto internacional, os investidores permanecem cautelosos, atentos ao cenário político e econômico. A temporada de balanços do terceiro trimestre e as atualizações do FMI sobre as projeções econômicas globais também estão no radar.

Os investidores, além disso, seguem atentos ao cenários dos Estados Unidos e à trajetória dos juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Nos últimos dias, dados econômicos de consumo e emprego endossaram expectativas de cortes graduais nas próximas decisões de política monetária da autarquia. Na ferramenta CME Fed Watch, uma redução de 0,25 ponto percentual tinha 87% de probabilidade, e a manutenção da taxa na banda atual de 4,75% e 5% reunia os 13% restantes.

A proximidade das eleições presidenciais dos EUA também está no radar. As apostas do mercado em uma vitória do Partido Republicano no início de novembro têm aumentado de forma significativa na plataforma Polymarket, ferramenta utilizada pelos investidores para observar a dinâmica do pleito.

As chances de Donald Trump retornar à Casa Branca eram de 63%, e as de uma vitória da democrata Kamala Harris marcavam 37%.

As propostas de aumento tarifário de Trump e corte de impostos são consideradas inflacionárias, o que, na política monetária, significa juros altos por mais tempo —algo positivo para o dólar.

Redação / Folhapress

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