Dona da EMS faz proposta de fusão com a gigante farmacêutica Hypera

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fabricante de medicamentos como Benegrip e Doril, a Hypera anunciou nesta segunda-feira (21) que a NC Farma Participações, dona da EMS Farmacêutica, enviou proposta de oferta pública de aquisição de ações e de combinação de negócios.

Se a fusão se concretizar, a expectativa é que o negócio resulte na criação de uma empresa líder do setor farmacêutico na América Latina, conforme consta na proposta enviada pela NC Farma, que ainda precisa passar por aprovação do conselho de administração da Hypera para avançar.

Líder no segmento de genéricos no Brasil, a EMS diz que a fusão trará ganhos operacionais, financeiros e tributários para a combinação das companhias, com impactos em seu resultado financeiro.

O negócio trará “aumento de receita, redução de custos e despesas, e otimização da estrutura de capital, deixando a companhia combinada mais bem preparada para impulsionar seu crescimento de maneira muito acelerada”, diz a empresa.

Segundo a proposta anexada no fato relevante, a EMS ofereceu comprar 20% das ações da Hypera a um valor de R$ 30 por ação, um prêmio de cerca de 14,6% frente ao preço do papel negociado na Bolsa ao final do pregão desta segunda-feira (21).

A ação fechou o dia em alta de 1,90%, valendo R$ 26,16, em um movimento de reversão, impulsionado pela notícia, após o papel chegar a cair 17% no pregão.

A queda aconteceu depois de a Hypera anunciar, na noite da sexta-feira (18), a revisão da projeção de suas margens ao final deste ano e uma prévia dos resultados do terceiro trimestre deste ano.

A companhia espera uma receita líquida ao redor de R$ 1,9 bilhão no período de julho a setembro, um lucro operacional, antes do desconto com juros, impostos, depreciação e amortização, de R$ 561 milhões, e lucro líquido de cerca de R$ 370 milhões. No segundo trimestre deste ano, a Hypera registrou receita líquida de R$ 8,001 bilhões.

Em relatório, analistas do Goldman Sachs dizem que os números são mais fracos do que o desempenho esperado pelo mercado, “marcadamente como resultado do grande descasamento entre sell-in x sell-out dado o elevado nível de estoques no canal de varejo”, diz o banco, em referência à diferença entre a quantidade de produtos que a fabricante consegue vender para os distribuidores e o quanto estes conseguem comercializar para o público final.

Após os dados, o Itaú BBA rebaixou a recomendação da ação da Hypera, de “outperform” (similar a “compra”), para “market perform” (similar a “neutro”), segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (21).

No ano passado, as vendas para o consumidor final pela empresa foram majoritariamente de medicamentos com prescrição (32%) e sem prescrição (32%). Já a venda de genéricos somou 13% e a de similares, 15%.

No caso da EMS, que teve receita líquida de R$ 8,008 bilhões no segundo trimestre, a situação é inversa. A venda de genéricos foi de 42% do total das vendas da empresa para o consumidor final em 2023, enquanto similares foi de 16%, medicamentos sob prescrição, 25%, e sem prescrição, apenas 2%.

“A companhia resultante da combinação de negócios será líder em todos os segmentos-chave do mercado, desde medicamentos genéricos até produtos de venda livre (OTC)”, conclui a EMS na proposta.

STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress

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