Dono de empresa de ônibus acusada de ligação com PCC foi preso em condomínio de luxo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi preso na manhã de terça-feira (9) em uma de suas casas localizada em um condomínio de luxo, em Itu, no interior de São Paulo. Ele é alvo de operação do Ministério Público que acusa duas empresas de ônibus de integrarem esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ele é dono da Transwolff, viação que tem a segunda maior frota de ônibus da cidade de São Paulo, e acusada pela Promotoria de usar dinheiro do crime organizado para vencer licitações de transporte público e comprar ao menos 50 coletivos, em 2015.

Na audiência de custódia, Pandora afirmou não ter meios de contratar um advogado. Com isso, o juiz nomeou um profissional para fazer sua defesa.

Seu advogado em ações judiciais anteriores, José Nivaldo Souza Azevedo, também foi denunciado na operação da Promotoria. Ele também defendia a Transwolff em processos. O acusado foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Sorocaba.

Ex-perueiro clandestino, Pandora teve um salto no patrimônio, entre 2017 e 2018, de R$ 15 para R$ 80 milhões, segundo informações obtidas via quebra de sigilo bancário. A movimentação foi alvo de alerta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) já que os valores eram incondizentes com sua ocupação.

O enriquecimento ocorreu após a Transwolff, fundada em 1987 por sua mulher, Helena Cristina Reis Magela, se associar a uma empresa com indícios de envolvimento com o crime organizado, segundo as investigações.

O condomínio Terras de São José 1, onde o acusado foi preso, tem como parte da área de lazer um campo de golpe integrado a um resort de luxo, além de 20 quadras de tênis e três campos de futebol.

Os valores de uma casa com cinco quartos no condomínio partem de R$ 5 milhões e podem ultrapassar R$ 50 milhões.

Segundo as investigações, ele e outros dirigentes da Transwolff movimentavam as contas por procuração, indício de que eram utilizadas para lavagem de dinheiro porque, dessa maneira, a identificação dos beneficiários do dinheiro é dificultada.

Pandora foi preso em 2006 sob a acusação de ter financiado a tentativa frustrada de resgate de Nivaldo Eli Flausino Alves, irmão de Branco, líder do PCC à época, na Cadeia Pública de Santo André.

Em depoimento, ele negou participação na ação, mas admitiu que a facção criminosa estava infiltrada entre os perueiros. A Justiça, então, concluiu não haver provas e o inquérito foi arquivado.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Pandora e nem com a defesa da Transwolff.

MARIANA ZYLBERKAN E PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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