Donos levam animais a velório de empresário morto ao fazer peeling de fenol

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diversos animais foram levados ao velório do empresário Henrique da Silva Chagas, 27, na manhã desta quinta-feira (6), em Pirassununga, interior de São Paulo. O jovem morreu durante a aplicação de um peeling de fenol em uma clínica estética em São Paulo na segunda-feira (3).

Chagas tinha um petshop e era apaixonado por animais. Clientes e amigos decidiram levar os animais até o velório como uma forma de homenageá-lo. Fotos de animais também foram colocadas no sala do velório, perto do caixão.

O enterro está previsto para a tarde desta quinta.

O empresário viajou do interior para São Paulo só para fazer o procedimento na clínica Natalia Becker, da esteticista Natalia Fabiana Freitas Antônio, 29, no Campo Belo.

Segundo relato do companheiro de Chagas à polícia, após o procedimento, o empresário começou a tremer e disse estar com dores. Pouco depois o quadro piorou e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas já encontrou o jovem morto na clínica.

A polícia não localizou Natália na clínica. Segundo Tatiane Forte, advogada de Natália, ela passou mal com a notícia da morte.

A esteticista só foi se apresentar à polícia na tarde de quarta-feira (5). Ela prestou depoimento e foi liberada na sequência, uma vez que não há pedido de prisão.

Segundo a advogada, Natalia realizou cursos livres pela internet para fazer o peeling de fenol e cobrava R$ 4.500 pelo procedimento.

Após o depoimento, a esteticista fez um pronunciamento em que lamentou a morte de Chagas e disse não ter tido qualquer intenção de feri-lo.

“Sinto muito pela família dele também. Está muito difícil, muito difícil. Acabou com a minha vida isso também e jamais tive intenção de prejudicá-lo.”

De acordo com o delegado Eduardo Luiz Ferreira, titular do 27° DP (Campo Belo), que investiga o caso, a esteticista não teria permissão para realizar o procedimento, que deve ser feito por um médico.

“Para a Polícia Civil, o que ocorreu foi um crime de homicídio. Alguém causou a morte de alguém. Nós ainda não temos a definição se a gente tá diante de um homicídio culposo ou de um homicídio doloso”, disse o delegado na terça (4).

“Homicídio culposo seria quando a gente pratica o fato, agindo de três maneiras: por imprudência, negligência ou imperícia. Nesse caso, a gente teria uma imperícia, porque a investigada não é médica, ela não tem habilitação técnica para fazer esse tipo de procedimento. Então, seria, em tese, uma modalidade de homicídio culposo”, acrescentou Ferreira.

“Mas também tem outra possibilidade, de, eventualmente, ser um homicídio doloso. Ela não quer o resultado, mas ela pode assumir o risco de produzi-lo”, acrescentou Ferreira.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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