SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Das 21 pessoas presas em São Paulo sob suspeita de iniciarem incêndios ilegais, 9 estão soltas, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública do estado). Oito passaram por audiência de custódia e responderão aos crimes em liberdade e um homem é investigado.
A SSP não respondeu quando as prisões começaram.
Mais cedo, em entrevista à Globonews, a secretária da Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), Natália Resende, disse que haverá “punição muito forte” para os presos. “Aqui no estado de SP a gente não tolera crime. A gente já tem 20 presos e todas as pessoas que fizerem isso vão ser responsabilizadas.”
A gestão Tarcísio (Republicanos) ainda investiga quantos dos incêndios florestais são criminosos e quantos são espontâneos.
Segundo Resende, além das prisões, o governo estadual recolheu mais de R$ 21,3 milhões em multas. Ao todo, somente em 2024, foram aplicados 420 autos de infração ambiental.
Ela ainda afirma que a gestão intensificou o policiamento ambiental, além do efetivo de brigadistas. Para Resende, tal medida evitou a proliferação dos incêndios nas unidades de preservação.
Os dados do governo estadual mostram que os incêndios estão mais concentrados na fazenda produtiva, ou seja, na lavoura, e afetam diretamente ao agronegócio. O estado tem 1 milhão de hectares em unidades de conservação e preservação ambiental. Desse total, 748 hectares foram atingidos, ou seja, cerca de 0,07%.
INCÊNDIOS EM SP
O São Paulo já registrou 6.717 focos de incêndio de 1º de janeiro a 11 de setembro deste ano, de acordo com o projeto BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O número é mais de quatro vezes o do ano passado inteiro (1.666) e está próximo do recorde da série histórica, 7.291, ocorrido em 2010. O Inpe contabiliza incêndios desde junho de 1998.
Só nos 11 primeiros dias de setembro, o estado registrou 1.307 focos de queimadas, um aumento de quase 950% em relação ao mesmo período de 2023 (125).
Na manhã desta sexta (13), 23 cidades sofriam queimadas.
Os números fizeram com que, desde domingo (1º), 81 unidades de conservação, como parques e estações ecológicas, fossem fechadas de forma preventiva para evitar incêndios florestais.
O fechamento foi determinado pela Fundação Florestal, órgão vinculado à Semil.
DIEGO ALEJANDRO / Folhapress