Duas baleias são encontradas mortas no litoral norte de São Paulo

Duas baleias foram encontradas mortas no litoral norte de São Paulo entre quarta-feira (13) e esta quinta-feira (14) nas proximidades da Ilha Anchieta, em Ubatuba, e na região da praia da Ponta Azeda, em Ilhabela.

Elas foram localizadas por equipes do projeto de monitoramento de praias da Bacia de Santos do Instituto Argonauta, que foi acionado por funcionários do Parque Estadual da Ilha Anchieta.

As baleias estavam em decomposição e foram rebocadas e ancoradas em uma parte do litoral de difícil acesso ao público. Nesse local, o processo de decomposição será finalizado naturalmente no ambiente marinho.

A primeira baleia, localizada na quarta, tem cerca de 12 metros de comprimento. A segunda, encontrada na quinta, é um pouco menor e tem cerca de dez metros.

Além de fazer o rebocamento, a equipe coletou material biológico, como pele e músculos, para identificar a espécie.

O oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do instituto, acredita tratar-se de baleias-de-bryde. Conhecidas como baleias tropicais, elas vivem entre a região costeira e a oceânica, se alimentam de peixes e de pequenos crustáceos.

Esse tipo de baleia costuma se aproximar mais da costa na estação mais quente, em busca de cardumes. Na fase adulta ela pode chegar a 20 toneladas.

A baleia-de-bryde sofre com os impactos da pesca, das mudanças climáticas e das alterações do ambiente marinho.

Segundo Gallo, o procedimento de fundear e ancorar as baleias é importante para evitar os riscos e os prejuízos que um animal desse, no lugar errado, pode causar.

“Elas podem ser um grande problema quando vão parar em uma praia. Além de apresentarem um risco à navegação, com a possibilidade de colisão de embarcações à noite, porque não são detectadas no radar, podem trazer problemas à saúde humana, com o risco de doenças em uma praia movimentada, populosa e habitada, prejuízo ao turismo e comércio local, principalmente nesta época do ano onde é grande o fluxo de pessoas no litoral”, disse.

Há ainda a questão de logística para o enterro de uma baleia, o que envolve máquinas, pessoas e equipamentos.

Não foi possível definir a causa das mortes. Segundo o biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, do Instituto Argonauta, o estado em que as baleias foram localizadas torna difícil essa informação.

Segundo ele, não foram encontrados indicativos de contato do com rede de pesca.

Redação / Folhapress

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