SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Duas pessoas, mãe e filha brasileiras que constavam da lista original de 34 nomes que seriam repatriados para o Brasil pelo Itamaraty, decidiram permanecer na Faixa de Gaza por “motivos pessoais” neste domingo (12).
O restante do grupo formado por brasileiros e palestinos conseguiu sair do território sob ataque de Israel por meio de Rafah neste domingo e está sendo levado para o Cairo em cinco vans em um percurso que dura em torno de seis horas. Eles vão passar a noite na capital egípcia e embarcar para o Brasil nesta segunda-feira.
O VC-2 cedido pela Presidência da República fará o décimo voo de retorno ao Brasil com previsão de decolagem do Cairo às 11h50 (horário local) com os 32 repatriados. Três paradas estão previstas: em Roma, na Itália, em Las Palmas, na Espanha, e na base aérea do Recife. A previsão de chegada da em Brasília é 23h30 (horário local) da segunda.
O grupo de 32 repatriados é composto por 22 brasileiros, 7 palestinos que têm RNM (Registro Nacional Migratório) e 3 palestinos que são familiares próximos. Dentre eles, 17 são crianças; 9 são mulheres; e 6 são homens.
O Egito havia dado a autorização para a saída -que é coordenada com Tel Aviv sob consulta dos EUA e do Qatar, mediadores do acordo de passagem de estrangeiros-, na sexta-feira. O grupo foi incluído numa leva de quase 600 pessoas autorizadas.
Até o momento, cerca de 80 pessoas de diferentes nacionalidades cruzaram a fronteira, além de palestinos feridos que chegaram ao solo egípcio para receber tratamento médico.
O grupo estava retido porque a fronteira havia sido fechada na sexta-feira (10), permanecendo assim no sábado (11). Incidentes envolvendo ambulâncias levando feridos graves palestinos, cuja passagem para o Egito é prioritária, fecharam o posto de Rafah. Na sexta, houve a suspeita de que motoristas de veículos eram terroristas do Hamas tentando deixar Gaza, além de relatos de combates intensos que impediram a saída de pacientes da capital homônima da faixa.
Atender primeiro os feridos é precondição dos egípcios autorizarem a abertura dos portões em Rafah –que levam à cidade homônima no país árabe. O Hamas, grupo terrorista palestino que disparou a atual guerra com o ataque de 7 de outubro a Israel, administra a faixa desde 2007.
MARÍLIA MIRAGAIA / Folhapress