Dupla é condenada a mais de 30 anos de prisão por mortes em disputa de grupo neonazista no PR

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Dois homens foram condenados neste sábado (22) pelo homicídio do casal Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter Ferreira, no ano de 2009, em Campina Grande do Sul (PR), na região metropolitana de Curitiba.

A investigação apontou na época que o crime ocorreu por disputa de comando de um movimento neonazista. Outras duas pessoas acusadas de ajudar no plano e na execução dos assassinatos foram absolvidas. Cabe recurso das decisões.

Na sentença foi definida uma pena de 35 anos, 2 meses e 15 de prisão em regime inicial fechado para João Guilherme Correa, 36, por homicídio qualificado. Para Jairo Macial Fischer, 34, a pena ficou em 32 anos, 3 meses e 15 dias de prisão em regime inicial fechado.

Os dois foram os responsáveis por dar os tiros que mataram o casal, de acordo

A defesa de João Guilherme afirmou à Folha de S.Paulo que haverá recurso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Jairo.

Acusado de ser o mandate do crime, o réu Ricardo Barollo, ainda será julgado, em 22 de maio. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele nesta segunda-feira (24).

O julgamento, no Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, começou na quinta-feira (20) e foi encerrado perto da meia-noite do sábado (22).

A denúncia do Ministério Público, oferecida em maio de 2009, cita cinco executores e um mandante. Mas um dos acusados, Gustavo Wendler, morreu em 2021 de Covid.

Durante o júri, as defesas de João Guilherme e Jairo seguiram linha semelhante, de que eles participaram do plano porque foram coagidos por Barollo, assim como seus familiares.

De acordo com as investigações, Barollo decidiu matar o casal porque considerava que sua liderança dentro do grupo estava ameaçada por Bernardo.

O juiz determinou que os dois condenados deveriam começar a cumprir suas penas imediatamente, sem o direito de recorrer em liberdade. Como João Guilherme não estava presente no tribunal,foi expandido um mandato para sua prisão.

O Ministério Público disse que estuda a possibilidade de recurso contra os dois réus absolvidos, Rodrigo Motta, 34, e Rosana Almeida de Oliveira, 39.

O crime ocorreu na madrugada de 21 de abril de 2009, após uma festa em homenagem aos 120 anos do ditador alemão Adolf Hitler.

De acordo com a denúncia, o grupo conseguiu que o casal saísse mais cedo da festa e, no caminho, fez com que eles parassem o carro em um ponto do acostamento da BR-116, no sentido entre Curitiba e São Paulo, no município de Quatro Barras.

Nesse momento, um outro carro foi até o local. De entro dele, saíram os atiradores, que dispararam contra o casal. Tanto bernardo quanto Renata morreram no local.

Na denúncia, o Ministério Público diz que, após os tiros, “os denunciados telefonaram para Ricardo Barollo e informaram que a missão havia sido cumprida, pois Bernardo estava morto”.

CATARINA SCORTECCI / Folhapress

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