SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Tamanho não é documento, mas para a dupla medalhista de bronze na competição mista de badminton dos Jogos Pan-Americanos altura é sinônimo de estratégia. Sânia Lima tem 1,50m, enquanto seu parceiro Davi Silva mede nada menos do que 2,02m. É claro que a diferença chama a atenção de todo mundo, mas os atletas brasileiros usam isso a favor deles.
“A gente se completa, na verdade. Ela fica na parte da frente e eu atrás, então isso é muito bom e ajuda bastante na nossa estratégia”, comentou Davi à reportagem.
“Eu sempre fico mais na frente preparando o jogo para o Davi, para ele poder atacar como ele é muito grande. Essa diferença de altura ajuda muito a gente com isso. Ele consegue se mexer mais forte, para baixo, defendendo mais o ponto. Aí eu meio que preparo o jogo para ele”, complementou Sânia.
A jogadora de 21 anos é também amiga de Davi, 20, e já entregou o apelido do parceiro à reportagem: Golias para quem não se lembra é um guerreiro que, segundo a Bíblia, media 2,92m. Sânia ainda não tem codinome, mas ela se vê como uma “miniatura” perto da dupla.
Davi e Sânia competem juntos há cerca de dois anos. Eles contam que o altão estranhou quando começou a parceria com a amiga, porque ele era da categoria simples (individual), mas logo se acostumou e passou a curtir o estilo de jogo. Ainda nesta quinta-feira (26), em qualquer torneio que participam, eles chamam atenção pela diferença de altura, mas já estão conformados.
“As pessoas se espantam quando a gente aparece. No nosso primeiro Mundial, na Dinamarca, foi inacreditável. Subimos o elevador para entrar na partida e dava para sentir o pessoal reagindo à nossa diferença de tamanho”, relembrou Davi.
“Eu nunca vi uma dupla assim, nunca conheci jogadores tão altos como o Davi ou tão baixas como eu. O espanto sempre tem, porque querendo ou não, eu sou uma miniatura perto dele. Então o melhor é dar risada mesmo”, acrescentou Sânia.
E se na altura eles destoam, no estilo eles combinam. Sânia e Davi deixaram os cabelos platinados durante o Pan de Santiago. A medalha veio e a “miniatura” crê que a coloração deu sorte. Já Davi pensa em inovar nas próximas competições.
“Vai cair o cabelo, hein, Davi? Não sei, não. A gente meio que combinou. Acho que já faz mais ou menos um ano que temos esse hábito de fazer o platinado. Às vezes a gente vai só com o cabelo preto, às vezes a gente vai só com o cabelo branco, mas sempre igualzinho”, falou Sânia.
Agora, a baixinha Sânia e o gigante Davi seguem em busca de pontos para subirem no ranking de duplas mistas e garantir uma vaga nas Olimpíadas de Paris, em 2024.
BEATRIZ CESARINI / Folhapress