SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo pediu a demolição de um prédio de luxo construído sem alvará na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi. A promotoria entende que a obra ilegal causou danos coletivos, sociais, urbanísticos e ambientais.
A construtora São José, responsável pelo empreendimento, assumiu culpa pela irregularidade, mas negou ter agido com intenção de desobedecer à lei.
Chamado St. Barths, o prédio fica no no número 1.246 da Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, no bairro do Itaim Bibi, zona oeste da capital paulista.
382 m² e 739 m²: O empreendimento tem apenas uma torre e conta com 20 unidades de apartamentos sendo um por andar. Segundo informações divulgadas no site da própria construtora, são dois tipos de imóveis: um de 382 m² e cinco vagas na garagem, e outro de 739 m² (duplex) e oito vagas.
Vagas extras e depósito. Além das vagas privativas, há também 14 vagas para visitantes. O prédio ainda oferece um depósito privativo por apartamento.
14.521 m² de área construída: O projeto previa ainda piscina climatizada com raia de 25m, academia, salas de massagem e pilates e salão de festas, segundo sites especializados em imóveis. O projeto arquitetônico foi assinado por William Simonato, em 2015.
Prédios de luxo: A construtora São José também é dona de outros empreendimentos em áreas nobres de São Paulo, como Jardim Europa e Jardim Paulista.
O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil pública em que pede a demolição do prédio do Itaim Bibi. A Promotoria entende que obra ilegal causou danos coletivos, sociais, urbanísticos e ambientais. Trata-se de “um edifício de enormes proporções, construído ao longo de alguns anos, em pleno Itaim Bibi, sem alvará de execução, sob os olhos complacentes do poder público local”, diz a petição.
Para compensar a cidade e os moradores, a empresa deve pagar o dobro do valor dos metros quadrados da construção, disseram os promotores. O valor total da multa chega a R$ 479,82 milhões.
Construtora assumiu culpa por irregularidade, mas negou ter agido com intenção de desobedecer à lei. Segundo a São José, nenhuma unidade do prédio foi vendida, o que tem “causado prejuízos”.
Prefeitura deve arcar com parte do valor da demolição, entende o MP-SP. “É mais do que evidente a falha do poder público municipal em seu dever de fiscalização, tendo concorrido, dessa forma, para o resultado absolutamente ilegal que ora se verifica”, diz o documento.
Vereadores pediram que construção se transformasse em moradia popular. O mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL acionou o MP mais cedo neste mês para propor que o prédio fosse desapropriado e destinado à moradia popular.
Redação / Folhapress