SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Hospital Israelita Albert Einstein lançou neste mês o Science Arena, uma plataforma de comunicação criada para promover o diálogo entre cientistas e difundir pesquisas.
Com reportagens, entrevistas, ensaios e análises em português e inglês, o espaço visa à reflexão sobre os rumos da ciência no Brasil e no mundo, somando esforços no combate à desinformação.
“O propósito do Science Arena é ser um veículo que promove a interação, a troca e o compartilhamento de conhecimento entre pesquisadores com foco na melhoria da saúde para a população”, afirma Débora Pratali, diretora de comunicação institucional do Einstein.
Para ela, o momento é oportuno para pôr o projeto no ar porque a pandemia de Covid-19 demonstrou a urgência e a necessidade de ações de divulgação científica e, também, a elaboração de políticas públicas está mais ancorada nas evidências científicas.
“Seja no combate à insegurança alimentar, às mudanças climáticas ou à iniquidade em saúde, a ciência deve ser indutora de transformações”, defende.
O lançamento coincide com uma fase crítica para a ciência nacional. Em 2022, o Brasil teve sua primeira queda na publicação de artigos científicos desde 1996. A redução foi de 7,4%, mesmo índice registrado na Ucrânia, que vem sofrendo fortes impactos devido à guerra com a Rússia.
Entre as hipóteses para o encolhimento estão a pandemia e a falta de recursos destinados à ciência brasileira nos últimos anos.
A questão do financiamento científico nacional é um dos temas que devem ser abordados no novo portal embora seja voltado às ciências da saúde, Pratali diz que o espaço engloba temas mais abrangentes, como política científica e ética na pesquisa.
“É cada vez mais necessário que os grandes desafios da humanidade sejam enfrentados de forma sistêmica, envolvendo múltiplos atores da sociedade e diferentes áreas do conhecimento. Saúde não é assunto só de médicos”, afirma o editor da plataforma, Bruno de Pierro.
A plataforma conta com colaboradores de diferentes áreas e está aberta a contribuições. As sugestões, explica Pierro, são avaliadas pela Redação, que analisa a abrangência, relevância e profundidade dos conteúdos para a comunidade científica.
“Também teremos reportagens em vídeo, podcast e eventos. Tudo isso vai contribuir para uma conversa ainda mais rica e atraente.”
STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress