SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A corrida é um desafio que vai além da linha de chegada, e Rosa Kazuko Ito, de 79 anos, é prova disso. Filha de japoneses, sua primeira participação na São Silvestre foi em 2014, logo após a perda da mãe. Agora, vai para sua quarta edição, na próxima terça-feira (31).
Estava em um momento triste, mas correr me trouxe alegria e um novo propósito Rosa Kazuko Ito, em entrevista ao UOL
Desde a primeira há 10 anos, ela conquistou três medalhas, e a expectativa é de mais uma, mesmo que saiba que o tempo pode ser desafiador.
“Acho que desta vez vou passar de duas horas, mas o importante é participar e celebrar a vida”, afirma com um sorriso.
Natural de Rio Claro, Dona Rosa começou sua jornada na corrida há quase 30 anos, quando morava no Japão. “Foi por amizade, conheci um grupo que corria e me convidaram. Desde então, não parei mais”, conta.
Um dos marcos de sua carreira como corredora foi a participação em uma maratona no Japão, onde ela completou a prova de 42 quilômetros e 195 metros com um tempo de pouco mais de quatro horas.
“Lá, se você não conseguir passar por certos pontos dentro do tempo estipulado, eles retiram seu número. Na primeira vez, fui barrada no 35º quilômetro, mas na segunda consegui finalizar”, relembra com orgulho. Essa experiência não só testou sua resistência, mas também solidificou sua paixão pela corrida.
Dona Rosa é solteira e, com bom humor, comenta: “Ninguém me quis”. Apesar disso, ela encontrou na corrida uma maneira de se conectar com outras pessoas e construir amizades. “Na minha família, sou a única que gosta de esporte, mas sempre acabo fazendo novas amizades na corrida”, explica.
Ela é uma atleta dedicada, treinando regularmente e participando de diversas atividades físicas, como triatlo e passeios de bicicleta.
“A corrida representa saúde e alegria na minha vida. O Sesc Belenzinho é como uma segunda casa para mim, onde encontrei uma comunidade que me apoia”, diz.
Para Dona Rosa, cada corrida é uma oportunidade de agradecer o ano que passou e saudar o novo.
“Vou correr até onde meu corpo permitir”, conclui, pronta para mais uma aventura na São Silvestre.
VANDERLEI LIMA / Folhapress