Ele era do bem, mas estava estranho, diz deputado que recebeu homem que se explodiu no DF

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) diz que conhecia o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, suspeito de ser o homem encontrado morto em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) após a detonação de explosivos na praça dos Três Poderes, em Brasília.

O congressista enviou mensagem num grupo de WhatsApp com deputados da oposição dizendo que conhecia Luiz e sua família e que ele “realmente aparentava severos problemas mentais”.

À Folha, Goetten afirma que Francisco esteve em seu gabinete algumas vezes no ano passado e uma última vez em agosto deste ano. “Um cara que eu conhecia há mais de 30 anos, um empreendedor de sucesso, de família do bem. Fiquei contente com a visita dele, sempre fico feliz com visitas, ainda mais quando é um conterrâneo. Estamos muito abalados”, disse o deputado.

O congressista diz que Francisco esteve em seu gabinete em agosto, mas que eles não se encontraram. “No ano passado eu não sei, acho que atendi ele umas duas vezes. Neste ano foi em agosto, mas eu não estava no gabinete, provavelmente nem deveria estar em Brasília porque era período eleitoral.”

“No ano passado, comentei no gabinete que tinha achado ele meio estranho, emocionalmente abalado. Ele falava muito da separação dele. Ele me pareceu meio abalado”, diz o deputado.

Goetten afirma ainda que após o ocorrido pediu para que amigos em comum visitassem a família de Luiz para ver o que ele pode fazer para ajudar.

“A família está abalada e eu estou à disposição deles para fazer os encaminhamentos, o que for preciso. É lamentável o que aconteceu, mas também é lamentável perdermos um ser humano que por uma saúde mental abalada cometeu essa loucura. E, felizmente, isso não causou maiores vítimas.”

“Lamento também como parlamentar, pelo fato de a Câmara dos Deputados estar envolvida nesse episódio que não merece. E nosso gabinete talvez tenha uma parcela de culpa nisso, mas é impossível impedir essas loucuras que acontecem com ser humano com saúde mental abalado. Jamais imaginaria que ele poderia causar isso para ele e para a sociedade”, disse.

A Câmara suspendeu a sessão na noite desta quarta após o ocorrido. Os deputados estavam discutindo a PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia isenção para igrejas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em nota que a explosão de um carro em estacionamento próximo ao anexo do órgão “deve ser apurada com a urgência necessária para esclarecimento de todas as suas causas e circunstâncias”.

Ele decidiu, ainda, suspender todas as atividades legislativas e administrativas da Câmara até as 12h desta quinta (14), incluindo sessões e reuniões de comissões.

VICTORIA AZEVEDO / Folhapress

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