SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A advogada que representa Érika de Souza Vieira Nunes, que levou o cadáver de um homem a uma agência do Itaú Unibanco, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, afirmou que o homem estava vivo quando chegou ao local. O caso ocorreu na tarde desta terça-feira (16).
“Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor Paulo chegou a unidade bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno também serão ouvidas, que ele começou a passar mal e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Érika”, disse a advogada Ana Carla de Souza Correa, em entrevista à TV Globo.
A vítima foi identificada como Paulo Roberto Braga, 68.
Funcionários da agência bancária chamaram a polícia após desconfiarem do estado de saúde de Braga, que chegou ao banco em uma cadeira de rodas, levado por Érika para assinar a efetivação de um empréstimo de R$ 17 mil.
Segundo o delegado, Braga já estaria morto quando entrou no banco.
Imagens feitas na agência mostram que Érika tentou fazer o homem, morto, assinar o documento. “Tio, tá ouvindo? Se o senhor não assinar, não tem como”, afirmou a mulher, identificada como Érika de Souza Vieira Nunes.
Ela se apresentou como sobrinha e cuidadora do idoso. Segunda a polícia, ela seria uma “prima distante”.
No vídeo ela insiste, ajustando o documento e apoiando a cabeça e as mãos do homem, que não reage durante todo o registro.
“Ele não está bem, não, a corzinha…”, afirmou uma das funcionárias do banco que tentou intervir, ao que Érika responde “ele é assim mesmo”.
Procurado, o Itaú Unibanco afirmou, em nota, que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) assim que identificou a situação. Segundo a TV Globo, a equipe constatou que Paulo estava morto havia algumas horas.
A Polícia Civil do Rio investiga como e quando o homem morreu. A mulher foi autuada em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Também apura as circunstâncias do empréstimo para saber se ele foi feito quando ele ainda estava vivo.
O corpo de Paulo Braga foi levado para o Instituto Médico Legal.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress