Eleitores de Bolsonaro acreditam mais em nova ditadura do que os de Lula, diz Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam mais na possibilidade de uma nova ditadura no país do que os eleitores do presidente Lula (PT), indica pesquisa Datafolha.

Entre os que declararam voto em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, 45% dizem que há chance de uma nova ditadura no Brasil, em comparação com 38% entre os que afirmam ter votado em Lula naquele ano.

A margem de erro é de quatro e três pontos percentuais para os dois grupos, respectivamente.

Para 24% dos eleitores do ex-presidente, há muita chance de um novo período ditatorial no Brasil, contra 18% entre os que votaram em Lula.

Entre os eleitores do petista, 56% dizem que não há nenhuma chance de uma nova ditadura, percentual que corresponde a 50% entre os apoiadores de Bolsonaro.

Quando o foco é 2022, porém, os eleitores de Lula acreditam mais que os de Bolsonaro que o país passou por um risco de golpe.

Quase metade dos eleitores do ex-presidente, 48%, nega ter havido chance de golpe de Estado por militares após o pleito daquele ano. A mesma porcentagem é de apenas 6% entre os que votaram em Lula.

Entre os eleitores do petista, 89% afirmam que o Brasil correu risco de golpe naquele momento, sendo que 69% dizem considerar que este risco foi grande. Já entre os que votaram em Bolsonaro, 46% reconhecem que houve chance de golpe, mas apenas 17% afirmam que ela foi grande.

O Datafolha realizou 2.002 entrevistas em todo o país, em 113 municípios, de 12 a 13 de dezembro. Os entrevistados tinham 16 anos ou mais. A margem de erro máxima geral da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Petistas e bolsonaristas também divergem quando questionados se o ex-presidente tentou um golpe para permanecer no poder. Entre os eleitores de Lula, 84% concordam com a afirmação, enquanto 73% dos que votaram em Bolsonaro discordam.

A discrepância é semelhante quando esses grupos são perguntados se o ex-presidente teve participação no que a Polícia Federal diz ter sido um plano dos militares para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre os eleitores de Bolsonaro, 79% dizem que ele não participou desse plano, porcentagem que cai para 17% entre os eleitores de Lula. Entre os que votaram no petista, 69% afirmam que o ex-presidente teve envolvimento no caso, em comparação a 9% que dizem o mesmo entre os eleitores de Bolsonaro.

Já a anistia aos manifestantes golpistas do 8 de janeiro, pauta defendida pelo ex-presidente, divide seus eleitores –metade deles é contra e 45%, a favor. Em março, no último levantamento, 53% dos que votaram em Bolsonaro eram contrários ao benefício e 40%, favoráveis.

ANA LUIZA ALBUQUERQUE / Folhapress

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