RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Eletrobras registrou lucro de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2023, alta de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, com reversão de provisões para perdas relacionadas a empréstimos compulsórios.
Privatizada há cerca de um ano, a companhia vem renegociando as dívidas desses empréstimos, criados pelo governo federal nos anos 1960 para bancar investimentos no setor elétrico brasileiro e depois contestados por grandes empresas.
No segundo trimestre, a empresa reverteu R$ 1,4 bilhão em provisões para essa rubrica por avanços em acordos judiciais para o pagamento dos empréstimos. Desde que começou as negociações, diz a empresa, as provisões já caíram em R$ 3,7 bilhões.
No segundo trimestre, a receita da Eletrobras cresceu 5%, para R$ 11 bilhões. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, cresceu 59%, para R$ 6,6 bilhões, com influência da reversão das provisões.
Em nota, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, destacou que a empresa venceu no trimestre leilão para a construção de linhas de transmissão e lançou um novo plano de demissão voluntária, com 1.475 inscritos e previsão de economia de R$ 688 milhões.
“Esperamos, com este robusto conjunto de ações de transformação, resultados cada vez mais significativos, com disciplina financeira, eficiência operacional e compromisso Net Zero de redução de emissões”, afirmou.
Maior empresa de energia do país, a Eletrobras registrou queda de 22% no volume gerado, reflexo da privatização e da separação do complexo nuclear de Angra dos Reis. No segundo trimestre, a Eletrobras gerou 83,1 GWh (gigawatts-hora).
Os investimentos também caíram em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 1,4 bilhão, queda de 46%. O volume representa 85% do orçado pela companhia para o trimestre.
Neste momento, diz a empresa, estão em construção dois empreendimentos que adicionarão cerca de 330 MW (megawatts) à capacidade instalada da Eletrobras entre 2023 e 2024: Parque Eólico Coxilha Negra, no Rio Grande do Sul, Usina Eólica de Casa Nova B, na Bahia.
NICOLA PAMPLONA / Folhapress