RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Em relatório final, CPI na Alesp acusa Santa Casa de ‘má gestão’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Santas Casas, na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), diz que a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo passa por uma “má gestão que dilapida finanças e patrimônios” e que causa prejuízos no atendimento à saúde da população, em “desconformidade” com uma gestão adequada e correta.

O documento será entregue pelos deputados estaduais para o Ministério Público e também a representantes do Congresso Nacional, em Brasília.

Em nota, a Santa Casa de São Paulo afirma que “repudia toda e qualquer acusação de má gestão” e que não foi notificada oficialmente.

A instituição diz ser gerida “por um corpo administrativo profissional, que destina todos os recursos em prol do atendimento assistencial, sendo reconhecida pela ‘atenção e atendimento humanizado’ exclusivamente para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em alta vulnerabilidade.”

A CPI das Santas Casas buscou investigar as instituições filantrópicas em todo o estado, mas o foco foi a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Há uma década, a entidade enfrenta dificuldades financeiras que provocaram demissões e venda de equipamentos e prédios históricos. Hoje, a dívida é de R$ 650 milhões.

Os deputados questionam a continuidade do déficit, considerado que a entidade ter contratado consultorias, promovido cortes e vendido patrimônio enquanto recebe recursos públicos.

A Santa Casa de São Paulo, assim como as outras, tem autonomia para fazer negócios próprios e receber doações privadas. Desde a criação do SUS nos anos 80, também recebem repasses públicos para atender pacientes do sistema público.

Segundo o relatório, a direção da Santa Casa de São Paulo chegou a negociar a redução salarial de médicos experientes para tentar equilibrar as contas, além de demitir profissionais de saúde e impor cortes aos cursos de especialização médica da instituição.

No documento, um médico e ex-funcionário diz ter questionado a direção sobre a possibilidade de diminuição da qualidade do ensino médico e do atendimento especializado devido aos sucessivos cortes. “Como resposta a esse alerta, fui sumariamente demitido”, disse aos parlamentares.

Como mostrou a Folha, a Santa Casa de São Paulo também entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse de um prédio histórico no Largo da Misericórdia, na Sé. O edifício está avaliado em cerca de R$ 29 milhões. Desde fevereiro, é ocupado por um movimento de moradia da região central desde fevereiro deste ano.

Em nota, a Santa Casa acrescenta que, “apesar da crise financeira que sabidamente atinge as Santas Casas em todo o país”, realizou 450 mil atendimentos ambulatoriais, 23 mil cirurgias, 32 mil internações, 182 mil atendimentos de urgência e emergência e que tem buscado recursos financeiros juntos à sociedade.

“Os números de atendimentos são expressivos e comprovam o compromisso do corpo administrativo e de todos os funcionários em entregar assistência médico-hospitalar de alta qualidade”, diz a instituição

MARCOS CANDIDO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS