Embraer avalia projeto para lançar jato e enfrentar Boeing e Airbus, diz jornal; empresa nega

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A fabricante de aviões brasileira Embraer negou nesta quarta-feira (1°) que esteja planejando desenvolver um novo jato para competir diretamente com os modelos mais vendidos da Boeing e da Airbus, como havia publicado o jornal The Wall Street Journal.

De acordo com o diário americano, a Embraer estuda a possibilidade de criar um novo avião “narrow-body”, como é conhecido o modelo com um único corredor e fuselagem estreita. A aeronave seria a primeira no mundo da próxima geração e viria para concorrer com Boeing e Airbus, que dominam o setor.

A empresa brasileira negou as informações e disse não ter planos “para um ciclo considerável de investimentos neste momento”.

O Wall Street Journal afirma ter ouvido pessoas próximas à área de estratégia e planejamento, que disseram que avaliações internas da companhia apontaram que ela tem conhecimento tecnológico e capacidade de fabricação para desenvolver o projeto da nova geração deste tipo de aeronave.

A intenção, segundo o Wall Street Journal, seria fazer com que a Embraer lançasse o concorrente dos modelos 737 Max da Boeing e A320 da Airbus, tendo a vantagem de já entregar uma versão atualizada do avião “narrow-body”.

O jornal afirma que o movimento seria uma “aposta decisiva” para a estratégia da Embraer, que já teria consultado eventuais investidores como o fundo de investimento público da Arábia Saudita e empresas de peças na Turquia, Índia e Coreia do Sul.

O projeto da Embraer viria em um momento que a Airbus estima que o seu novo avião “narrow-body” será lançado daqui a mais de dez anos, na segunda metade da década de 2030, e a Boeing afirma não ter os US$ 50 bilhões que diz ser necessário para desenvolver o sucessor do 737 Max.

A Boeing, aliás, vem enfrentando uma série de questionamentos neste ano, após uma tampa de porta ter se soltado em pleno voo em janeiro. A companhia foi alvo de investigação e autoridades da aviação civil dos EUA impuseram restrições na produção do modelo 737 Max, além de exigir uma série de procedimentos internos para melhoria do controle de qualidade.

A empresa anunciou que teve um prejuízo de US$ 355 milhões no primeiro trimestre deste ano e queimou quase US$ 4 bilhões em caixa no mesmo período. O CEO da Boeing, Dave Calhoun, também divulgou que deixará o cargo no final de 2024.

EMBRAER NEGA PLANO

Um porta-voz da Embraer ouvido pelo Wall Street Journal disse que a empresa não tem planos para desenvolver um projeto de grande porte e que está priorizando a venda de seus modelos atuais.

“A Embraer certamente tem capacidade para desenvolver uma nova aeronave de fuselagem estreita. No entanto, temos um portfólio jovem e de muito sucesso de produtos desenvolvidos nos últimos anos, e estamos realmente focados em vender esses produtos e tornar a Embraer maior e mais forte”, disse um porta-voz da Embraer à agência de notícias Reuters.

Redação / Folhapress

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