Embraer diz que estuda começar a produzir aviões maiores

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP (FOLHAPRESS) – O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, confirmou, em evento para jornalistas, que a fabricante discute internamente começar a produzir aeronaves maiores. No entanto, ainda não há planos concretos para expandir os tipos de aviões vendidos pela empresa, segundo o executivo.

“Nós temos capacidade de fazer algo maior. Nós estamos investindo em novas tecnologias, fazendo estudos, mas sem planos concretos para fazer”, disse Neto.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal americano The Wall Stret Journal neste ano, a Embraer estaria avaliando a possibilidade de criar uma nova aeronave do tipo chamado “narrow-body” -modelo com um único corredor e fuselagem estreita.

Após a repercussão, a fabricante brasileira disse, mais cedo neste ano, que não tinha planos para “um ciclo considerável de investimentos neste momento”.

O novo avião seria um concorrente dos modelos 737 Max da Boeing e A320 da Airbus.

O tema emerge no momento em que a Boeing passa por uma crise que colocou em dúvida a segurança da sua aeronave mais conhecida, o modelo 737 Max.

No começo deste ano, a tampa da porta de uma aeronave 737 Max 9, operado pela companhia aérea Alaska Airlines, se soltou durante um voo nos Estados Unidos. Autoridades americanas investigam o caso.

Hoje, o maior modelo da Embraer é o E195-E2, que é capaz de levar 146 passageiros, mas se encaixa na categoria conhecida como “small narrow-body. O avião tem alcance de pouco mais de 4.800 quilômetros –capaz de chegar a quase toda a América Latina, partindo de Brasília.

Durante o evento, a Embraer mostrou otimismo com seus resultados recentes. A fabricante disse que planeja dobrar sua receita até 2030.

Nos resultados do primeiro trimestre deste ano, a fabricante brasileira afirmou ter entregado 25 jatos no período, um aumento de quase 70% na comparação com os primeiros três meses do ano passado, quando foram registradas 15 aeronaves.

A fabricante deu destaque para o acordo feito com a American Airlines para 90 jatos E175s, com direitos de compra para outros 43 jatos adicionais. A companhia irá atender a demanda doméstica dos Estados Unidos com a expansão da frota de aviões.

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O repórter viajou a convite da Embraer.

PAULO RICARDO MARTINS / Folhapress

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