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Empresa ispace perde contato em segunda tentativa de pouso na Lua

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Foi um repeteco do que aconteceu em 2023. Minutos de tensão durante a descida do módulo Resilience, da ispace, até a superfície lunar, com tudo caminhando bem até a queima final de propelente para o pouso. E então a perda das comunicações, pouco menos de um minuto antes do horário da alunissagem, marcada para as 16h17 desta quinta-feira (5) -4h17 de sexta-feira em Tóquio.

Às 16h35, a empresa japonesa comunicou oficialmente que não conseguiu estabelecer contato com o módulo no solo lunar, mas o controle da missão seguirá tentando. Sabemos o que isso normalmente significa, mas oficialmente a missão ainda não foi declarada encerrada.

A essa altura, é quase certo que o Japão tenha perdido a chance de se tornar o segundo país a ter uma empresa operando na superfície da Lua. Poderia ter sido até o primeiro, se o módulo Hakuto-R da Missão 1 tivesse obtido sucesso, em 2023. Como não teve, a glória ficou para as empresas americanas Intuitive Machines (2024) e Firefly (2025). Dessas duas, apenas a última obteve aproveitamento completo, operando uma sonda em solo lunar na orientação correta.

Os resultados mostram a dificuldade de realizar missões comerciais de baixo custo capazes de alunissagem. De 8 tentativas (feitas por companhias de Israel, EUA e Japão), apenas 2 sucessos parciais e um sucesso total.

A fase de frenagem do Resilience começou 13 minutos antes do pouso, reduzindo a velocidade do módulo de 6.000 km/h para menos de 100 km/h, antes que o contato fosse perdido. A manobra foi toda automatizada, sem intervenções do controle da missão no Japão.

Com a iminente perda de contato, a tendência é que não haja operações de solo em Mare Frigoris, no hemisfério norte lunar. Também foi perdida a chance de colocar na superfície o rover Tenacious, projetado e construído pela agência espacial de Luxemburgo para explorar os arredores do sítio de pouso.

A ispace a essa altura já trabalha também na Missão 3, com um modelo maior e mais robusto de módulo lunar, que terá parceria com os EUA e tem lançamento marcado para 2027. Mas não está claro o impacto que o provável atual fracasso terá nos planos futuros da empresa.

O interesse crescente pela Lua passa não só pela corrida que americanos e chineses agora travam pelos primeiros pousos tripulados do século 21, mas também pela exploração comercial do satélite.

Estimuladas pelas agências espaciais, em particular a americana Nasa, empresas estão desenvolvendo seus módulos próprios para oferecer acesso barato à superfície lunar para experimentos científicos e outras atividades.

Considerando apenas missões privadas conduzidas à Lua, que começaram em 2019, tivemos duas falhas no pouso (a israelense Beresheet, da SpaceIL, de 2019, e a japonesa Missão 1 do Hakuto-R, da ispace, de 2022-23), uma falha antes do pouso (Peregrine, da americana Astrobotic), dois sucessos parciais (módulos americanos Odysseus, de 2024, e Athena, de 2025, pousaram na superfície, mas tombaram, e tiveram suas operações limitadas) e apenas um sucesso total (o americano Blue Ghost, da Firefly Aerospace, de 2025).

SALVADOR NOGUEIRA / Folhapress

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