SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A defesa de Roberto Mantovani Filho, 71, suspeito de hostilizar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e sua família, diz que o empresário relatou à PF ter “afastado” uma pessoa que seria filho do magistrado.
No entanto, segundo o advogado dele, Ralph Tórtima, ele nega ter empurrado, diz não haver nenhuma motivação política e que a família nem sabia se tratar de alguém ligado a Moraes.
O episódio aconteceu no aeroporto internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14). O ministro foi chamado o ministro de “bandido”, “comunista” e “comprado”, e o filho dele teria sofrido uma suposta agressão, fazendo com que os óculos caíssem no chão.
“Ele nega que tenha havido o empurrão. Ele disse que em razão de ofensas que eram proferidas à sua esposa, ele afastou essa pessoa, que ele sequer sabia quem era, mas era uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas a sua mulher. Posteriormente, teria sido dito a eles se tratar-se do filho do ministro Alexandre de Moraes, mas é algo que não sei dizer se de fato é filho dele”, disse o advogado.
Mantovani prestou prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (18), em Piracicaba (interior de SP). Depois dele, a esposa, Andreia Munarão, também daria sua versão aos policiais.
O casal estava acompanhado de Alex Zanata Bignotto, seu genro, e de Giovanni Mantovani, seu filho. No domingo (16), Bignotto prestou depoimento por duas horas à PF e negou a acusação de ofensas ao ministro.
O advogado da família de Mantovani Filho afirmou que seus clientes não estavam no aeroporto para hostilizar o ministro e que estavam “apenas passando e houve um encontro fortuito”.
Segundo a defesa, a família chegou ao aeroporto da capital italiana, para embarque ao Brasil, cinco horas antes do voo e procurou uma sala VIP. Em um primeiro espaço, afirmou o advogado, o grupo foi informado que estava cheio. Assim, decidiram buscar outro.
Ele afirma que a família seguiu adiante e teria cruzado com Moraes e seus familiares enquanto buscavam outro local para ficar. Nesse momento, uma das pessoas que acompanhavam o ministro teria entrado em atrito com Andreia Munarão.
Moraes se tornou nos últimos anos o principal algoz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário, comandando inquéritos que atingem o ex-presidente no STF. Também comandou o TSE nas eleições de 2022 e no julgamento do mês passado que decidiu pela inelegibilidade de Bolsonaro até 2030.
Redação / Folhapress