Enchentes causam ao menos 4 mortes e forçam retirada de milhares na Alemanha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fortes chuvas provocaram nos últimos dias destruição e forçaram a retirada de milhares de pessoas no sul da Alemanha. Segundo autoridades, ao menos quatro pessoas morreram devido às enchentes.

Os estados da Baviera e Bade-Württemberg são os mais atingidos pelas precipitações, que começaram na sexta-feira (31) e não dão trégua. Vários distritos da Baviera declararam estado de emergência, e cerca de 20 mil pessoas foram mobilizadas para ajudar nos resgates, segundo o governador Markus Söder.

De acordo com a polícia, os corpos de um homem e de uma mulher foram encontrados nesta segunda, aumentando o número de mortes relacionadas às chuvas para quatro.

Antes, o corpo de uma mulher de 43 anos foi encontrado no porão de sua casa. Já um bombeiro voluntário de 42 anos perdeu a vida no domingo (2) durante uma operação de resgate em Pfaffenhofen, a 50 km de Munique, onde mais de 800 pessoas foram retiradas após o rompimento de uma barragem.

Outro voluntário de 22 anos ainda está desaparecido. As operações de busca foram interrompidas devido às inundações, segundo a polícia local.

O premiê alemão, Olaf Scholz, visitou nesta segunda o município de Reichertshofen, um dos mais atingidos pelas chuvas. Ele relacionou as tragédias à crise do clima. “Esta é a quarta vez que vou a uma zona afetada pelas cheias neste ano. É um lembrete de que algo está acontecendo. Não podemos ignorar o nosso dever de interromper a mudança climática causada pelas atividades humanas”, disse ele.

Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nos últimos anos. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.

O Serviço Meteorológico da Alemanha emitiu nesta segunda novos alertas para chuvas fortes nas zonas sul e leste da Alemanha.

No Brasil, um estudo do WWA (World Weather Attribution) divulgado nesta segunda apontou que as mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases de efeito estufa das atividades humanas dobraram a probabilidade de ocorrência das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul. O El Niño teve um papel igualmente importante, enquanto falhas de infraestrutura pioraram os danos provocados pelas inundações.

As inundações que atingiram o estado gaúcho foram uma das tragédias ambientais mais significativas do país, atingindo 90% dos municípios do estado, impactando 2,3 milhões de pessoas e levando a pelo menos 172 mortes.

Redação / Folhapress

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