Enorme preocupação, diz ministra de Milei após bloqueio do X no Brasil

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – “Vemos com enorme preocupação que cada vez mais países limitem a livre expressão nas redes”, escreveu a chanceler do governo Milei, Diana Mondino, após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a derrubada do X no Brasil.

Ela não disse a quem se referia na mensagem, mas a publicou pouco após o anúncio de Moraes. “Na Argentina, há liberdade de expressão porque respeitamos a Constituição”, seguiu. “Um dos objetivos desse primeiro governo Milei é converter a Argentina em um farol da liberdade.”

O governo do ultraliberal Javier Milei tem proximidade com o bilionário Elon Musk, a quem o chefe da Casa Rosada já visitou nos Estado Unidos e com quem trocou elogios.

Em abril, já em meio ao debate no Brasil entre Musk, o STF e o governo Lula (PT), Milei encontrou-se com o bilionário no Texas, na fábrica da montadora de carros elétricos Tesla.

O governo argentino afirmou na ocasião que o contexto brasileiro havia sido mencionado. Milei “ofereceu colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o marco do conflito judicial e político no país”, disse a assessoria do argentino.

Dias antes, a chanceler Mondino escrevera no X que a Argentina sempre manteria suas embaixadas abertas para “dar refúgio a todos que são perseguidos por compartilhar valores de liberdade”.

A economista não disse a que se referia, ainda que a publicação tenha sido feita no mesmo momento em que cresciam os debates no Brasil e quando Musk disse que os funcionários do X eram perseguidos. A Folha a questionou em entrevista em um dos dias anteriores.

Mondino respondeu que sua publicação era genérica. No entanto, também opinou sobre o cenário brasileiro. Ela é uma das ministras mais importantes do governo Milei.

“O que penso sobre Elon Musk e o Brasil? Eu desconheço os antecedentes legais que possa haver. Apenas tive a versão que se vê no Twitter [antigo nome do X] e, na verdade, me pareceria terrível se fosse verdade que estão cerceando a capacidade de expressão das pessoas.

Redação / Folhapress

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