RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Destaque no Mundial de ginástica artística, Rebeca Andrade teve as conquistas enaltecidas pelo Flamengo e mandou recado aos torcedores do clube. Mas qual é a relação da atleta com o Rubro-Negro?
Na competição que ocorreu na Antuérpia, na Bélgica, a jovem foi ouro no salto, prata no solo, individual geral e por equipes, e bronze na trave.
A ginasta está no Flamengo desde os 12 anos e tem contrato até o fim do ano que vem, visando aos Jogos Olímpicos de Paris. O vínculo foi renovado em 2021.
Atualmente, ela veste o uniforme rubro-negro em competições nacionais. Ela recebe um salário e utiliza a estrutura do clube uma vez por semana. Rebeca também tem o acompanhamento de profissionais do Fla durante as competições.
“Existe uma relação grande da Rebeca com o Flamengo e uma convivência, até necessária, devido às competições que disputamos. Os treinadores estão diretamente ligados, assim como outros profissionais. Existe todo um acompanhamento”, conta Georgette Vidor, coordenadora técnica da ginástica do Fla.
A ginasta, na maioria do tempo de trabalho, utiliza o Centro de Treinamento Time Brasil, do COB, na Barra da Tijuca.
“Quando tem competições, às vezes o Flamengo vai até o CT para o treinamento. Esse entrosamento é importante também para as atletas mais jovens participarem do treino das adultas. Hoje, a Rebeca não precisa, por exemplo, utilizar a parte médica do Flamengo, porque tem essa estrutura à disposição no CT do Time Brasil. Mas, em competições, são nossos profissionais que a acompanham”, diz.
Georgette Vidor, por sua vez, afirma que todas as instituições envolvidas caminham lado a lado no desenvolvimento dos atletas.
“Temos de entender que todas as forças são importantes. Os clubes que formam os atletas, e que dão resultado também para a confederação. A confederação é mais importante? O clube é mais importante? Acho que não existe isso. Todos têm sua parcela. A coisa é um pouco difícil para os clubes, mas acho que melhorou. E só conseguimos caminhar porque tem esse apoio. Há um contato direto”, explica.
A coordenadora ressalta ainda que o clube ajudava nos custos de diversos treinadores. “O Chico [Francisco Porath] era do Flamengo e saiu apenas após os Jogos de 2016. O treinador da seleção foi formado dentro do Flamengo. A Keli [Kitaura], que hoje está nos Estados Unidos, foi uma treinadora que formou essas meninas todas”.
Bronze no solo, Flávia integrava um projeto de Georgette e foi para o Flamengo em 2016, também através dela.
BAQUES E RETORNOS
Em 2012, um incêndio atingiu o ginásio Cláudio Coutinho, na sede do Fla, onde funciona toda a estrutura de ginástica artística. Reformado com auxílio do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, da Confederação Brasileira de Clubes (CBC), com uma quantia do próprio Fla, e doação do COB, o local foi reinaugurado em 2015.
Durante este período, as atletas conseguiram ser realocadas em um centro situado em Três Rios, cidade na região serrana do Estado do Rio, em parceria costurada por Georgette, que à época era coordenadora da seleção.
Em 2013, primeiro ano de mandato de Eduardo Bandeira de Mello, em meio à crise financeira, e ainda sem as Certidões Negativas de Débito (CNDs) àquela altura -que facilitaria a captação de recursos públicos-, o clube decidiu acabar com as equipes adultas de algumas modalidades, como natação, que contava com Cesar Cielo, judô e ginástica artística.
Algumas jovens promessas, porém, foram mantidas. Entre elas Rebeca, que na ocasião estava na categoria juvenil. Em março de 2015, a vice-presidência de Esportes Olímpicos do Rubro-Negro anunciou que os esportes subordinados à pasta alcançaram a autossuficiência e poderiam ser mantidos sem prejuízos, através de patrocínios e parceiros.
ALEXANDRE ARAUJO / Folhapress