SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor de cinema Roman Polanski, declarado culpado por estuprar uma menor de idade em 1977, deverá comparecer a um tribunal de Los Angeles em agosto para o julgamento de outro estupro pelo qual é acusado.
Polanski, conhecido por filmes como “O Pianista”, “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary”, é considerado fugitivo nos Estados Unidos desde 1978, quando deixou o país após ser condenado por drogar e estuprar uma adolescente de 13 anos durante um ensaio fotográfico na mansão do ator Jack Nicholson, em Hollywood.
Ao júri, em 1977, Samantha Gailey afirmou que o diretor lhe deu um sedativo antes de fazer sexo com ela. “Não queria me vitimizar (…), mas não entendia que era jovem demais. Não via que eu tinha medo” disse.
Na época, Polanski se declarava inocente e foi solto da prisão após pagar uma fiança de US$ 2.500. O diretor reconheceu ter tido relações ilegais com a menor quando ele tinha 44 anos, para evitar um julgamento público. O juiz, então, abandonou a acusação de estupro com fornecimento de drogas e um acordo judicial foi firmado com o consentimento da família.
O diretor foi condenado a 90 dias de prisão, mas após foi liberado 42 dias depois por comportamento exemplar. Pouco depois, porém, o juiz voltou atrás por considerar a sentença insuficiente foi quando Polanski partiu para Paris e a Justiça americana o considera foragido.
No Festival de Cannes de 2010, a atriz Charlotte Lewis acusou Polanski de abuso sexual. Em agosto de 2017, às vésperas do movimento MeToo ganhar força em Hollywood quando mulheres denunciaram em massa os abusos sexuais do produtor Harvey Weinstein e, em seguida, de outros homens da industria uma mulher identificada como Robin também acusou Polanski de agredi-la sexualmente quando ela tinha 16 anos, em 1973.
É por esse caso que o diretor deve ir a julgamento em Los Angeles, no dia 4 de agosto. Gloria Allred, renomada advogada que representou diversas mulheres em Hollywood durante o MeToo, representa Robin.
A mulher acusa Polanski de tê-la convidado para jantar em 1973, quando a embebedou com tequila. Quando ela começou a se sentir tonta, o diretor a levou para a sua casa no luxuoso bairro de Beverly Canyon, e a estuprou.
“Ela disse: ‘Por favor, não faça isso’, e ele ignorou seus apelos”, disse Allred à AFP. A advogada ainda diz que é improvável que o diretor compareça ao tribunal na Califórnia porque o processo é civil, e não penal.
Redação / Folhapress