Entenda como são escolhidos os números dos jogadores

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A camisa 10 de Pelé virou a pergunta que rendeu o prêmio de R$ 1 milhão no “Quem quer ser um milionário” (TV Globo). O “Rei do futebol” elevou a importância dessa numeração de camisa, que possui um sentido desde os anos 1910.

Em 1911, em um campeonato de Sydney, na Austrália, dois times locais usaram pela primeira vez camisas numeradas. A ideia era ajudar a identificar quem fazia gols ou faltas. Para facilitar a vida dos juízes — e dos espectadores —eles usavam números de 1 a 11, respeitando suas posições em campo.

O goleiro era o número 1, os zagueiros 2 e 3, os volantes e laterais ficavam com as camisas do 4 ao 6 e os pontas, atacantes e meias ficavam com os números do 7 ao 11, segundo a Fifa.

A tradição se popularizou nos anos 1930 na Inglaterra e ganhou o mundo na Copa de 1950, quando a numeração de 1 a 11 foi imposta às seleções.

Com o tempo, os esquemas táticos foram mudando e expandindo, causando mais variedade na posição dos jogadores, mas é importante dizer: existe muita tradição sobre o papel das camisas.

Rotineiramente, o 10 é o craque do time, como Pelé, Maradona e Messi. Já o 9, é o especialista em finalizar, mais fixo na área, como Suárez, parte do trio MSN, ao lado de Messi e Neymar.

Por isso mesmo, apesar de não ser proibido, é raro ver um zagueiro usando um desses números, assim como é difícil um atacante com as camisas de número menor.

Outra tradição, a dos goleiros “camisa 1”, vem perdendo força ao longo dos anos, com os atletas criando sua própria identidade. Rogério Ceni trocou o 1 pelo “estiloso” 01. Já Marcos, ídolo do Palmeiras, e Cássio, do Corinthians, são donos da 12, número usado antigamente por jogadores reserva.

LIBERDADE DE ESCOLHA DOS NÚMEROS

Na Copa do Mundo, por regra da Fifa, é obrigatório que as camisas tenham números do 1 ao 26 — número máximo de jogadores convocados.

A numeração do 1 a 11 dá uma pista de quais atletas farão parte do time titular, mas isso não impede que estrelas fiquem mais para o fim da lista.

Vini Jr., por exemplo, usou a camisa 20 na Copa do ano passado, mesmo número que tinha no Real Madrid. Já esse ano o craque assumiu a 10 na Seleção e a 7 do time merengue.

Já nos torneios da Conmebol — a Sulamericana e a Libertadores — os atletas podem utilizar números entre 1 e 99. A regra foi alterada esse ano.

Até 2022, os clubes podiam usar apenas do 1 ao 45. A limitação fez com que Roger Guedes, ex-Corinthians, abandonasse a camisa 123 — permitida nos torneios brasileiros — ao disputar sua primeira Libertadores pelo clube, em 2022.

ALGUMAS NUMERAÇÕES QUE DESAFIARAM A TRADIÇÃO:

Ronaldinho Gaúcho assumiu a 80 no Milan, em 2008. Ele escolheu o número, em referência ao seu ano de nascimento, depois que o meia Seedorf decidiu não abrir mão da 10.

Ardiles, volante da seleção argentina, usou a 1 na Copa de 1982. Isso aconteceu porque a numeração, que não era escolhida pela própria seleção, foi feita em ordem alfabética.

Já o goleiro Jorge Campos, do México, fez o contrário: usou a 9, popular entre atacantes. O “goleiro-atacante”, de apenas 1,73 m, marcou 34 gols em sua carreira profissional.

Zamorano usou a 18 no Inter de Milão, mas com um sinal de adição entre os numerais. Ele foi dono da 9 na Inter de Milão até a chegada de Ronaldo ao clube, escolhendo a técnica para driblar a “perda” para o Fenômeno.

Beckham usou 23 em homenagem a Michael Jordan. Quando se transferiu do Manchester United para o Real Madrid, David Beckham não quis lutar pela 7, que usava no clube inglês, e escolheu o número 23, eternizado pelo astro do basquete.

Hicham Zerouali, atacante marroquino, escolheu a camisa 0 em referência às primeiras letras de seu sobrenome.

Redação / Folhapress

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