Entenda o que acontece após a expulsão de George Santos

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O republicano filho de brasileiros George Santos teve seu mandato cassado pela Câmara dos EUA nesta sexta (1º). Agora, seu assento na Casa fica vago até ser preenchido após a organização de uma nova eleição.

Kathy Hocul, a governadora de Nova York, onde fica o distrito até então representado por Santos, tem até dez dias para convocar novas eleições. A partir de então, o pleito deve ocorrer em 70 a 80 dias. A previsão é que ocorra em fevereiro do ano que vem.

A nova eleição é uma oportunidade para os democratas reconquistarem a vaga, perdida para os republicanos em 2022, e reduzir a vantagem do partido na Câmara para apenas sete votos. Isso é importante porque os deputados têm à frente votações cruciais para a Casa Branca, como envio de apoio a Israel e Ucrânia, e o processo de impeachment contra o presidente Joe Biden.

A disputa, que deve atrair atenção nacional, também será um termômetro para ambos os partidos de olho na eleição geral no final do ano, quando toda a Câmara será renovada, e um novo presidente será escolhido. Assim, a substituição de Santos é vista como uma prévia para que democratas e republicanos testem suas estratégias.

O que acontece com a cadeira de George Santos no Congresso?

Ela fica vaga até que uma eleição especial eleja um novo representante. A governadora de Nova York, a democrata Kathy Hochul, tem agora dez dias para convocar uma eleição especial para substituí-lo. A partir de então, o pleito deve ocorrer em 70 a 80 dias.

Quem são os candidatos para substituir Santos?

Como as inscrições ainda não foram abertas, não há postulantes oficiais. No entanto, nomes de ambos os partidos já sinalizaram interesse em concorrer. Do lado democrata, o representante anterior do distrito, Tom Suozzi, é o nome mais forte. Após a expulsão, ele divulgou uma nota em que afirma ser necessário deixar para trás “o apontar de dedo mesquinho, partidário e performativo”.

A ex-senadora estadual Anna Kaplan, ligada à ala progressista do partido, também manifestou interesse em concorrer pela vaga. Segundo a imprensa americana, ela tem a seu favor o provável apoio da governadora, que derrotou Suozzi nas primárias após uma campanha agressiva de seu oponente.

Do lado republicano, vários políticos são cotados para concorrer. Os nomes mais fortes são Mike Sapraicone, um detetive aposentado, e Mazi Pilip, uma mulher de origem etíope e ex-integrante da IDF, as Forças de Defesa de Israel. Outras possibilidades são o senador estadual Jack Martins e Kellan Curry, um veterano da Força Aérea americana.

Como os candidatos serão escolhidos?

Diferentemente do que ocorre em eleições regulares, em que os partidos organizam primárias internas para definir quem será o seu candidato, nesta eleição especial, é o próprio comando democrata e republicano quem definirá o seu nome.

Santos pode concorrer?

Em teoria, sim, mas como independente, já que nenhum partido o escolheria como candidato.

Quem tem mais chances de vencer?

É difícil dizer, porque o distrito –que abrange uma área de Long Island e Queens– é o que os americanos chamam de “pêndulo”, ou seja, costuma oscilar entre democratas e republicanos. Um fato que anima democratas é que, em 2020, Biden venceu na área por uma diferença de oito pontos. Já os republicanos, a seu favor, venceram os pleitos na região desde então.

Quanto tempo de mandato o novo deputado terá?

Apenas alguns meses. Nos EUA, deputados têm mandatos de dois anos. No caso do substituto de Santos, esse tempo será mais curto porque novas eleições serão realizadas em novembro do próximo ano, com um novo representante tomando posse no início de 2025. No entanto, a expectativa é que o incumbente tenha mais chances de se reeleger.

FERNANDA PERRIN / Folhapress

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