SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Silvio Santos, morto aos 93 anos neste sábado (17), foi batizado como Senor Abravanel, mas escolheu adotar o apelido de infância, Silvio, como nome artístico. O apresentador e dono do SBT, que morreu de broncopneumonia, estava internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Em um de seus programas, ele explicou a origem de seu nome e por que optou por não usá-lo. Nascido numa família de imigrantes judeus da região da Grécia, Silvio afirmou que era descendente de Dom Isaac Abravanel, o responsável pelas finanças de Portugal e da Espanha no século 15.
“O homem que me deu origem consertou as finanças de Portugal, depois foi chamado pelos reis católicos, Isabel e Fernando, para a Espanha. Era o Dom Isaac Abravanel. Depois, quando chegou a inquisição, os reis católicos disseram: ‘você fica e o povo judeu vai’. E ele falou: ‘não, o povo judeu vai e eu vou junto'”, narrou o apresentador.
“E foi para Salônica, na Grécia. De lá, então, meu pai, meu avô, tiveram o título Senor Dom Abravanel. No Brasil não existe Dom. O título que meus antepassados ganharam no ano de 1490 e tantos. O dom Isaac Abravanel foi um dos que deu dinheiro para que Colombo viesse descobrir a América. Disseram para o meu pai: ‘Dom é frescura’. E ele colocou Senor. Senor quer dizer Dom Abravanel”, seguiu.
Foi a mãe do apresentador que deu o apelido de Silvio –e a alcunha ficou. Já Santos era “porque todos os santos ajudam”, dizia ele, para explicar o sobrenome artístico.
Silvio começou a carreira como camelô no Rio de Janeiro, aos 14 anos, e antes de completar a maioridade já havia vencido um concurso na Rádio Guanabara para preencher uma vaga de locutor na emissora.
O maior ponto de virada de sua carreira aconteceu na década de 1950. Na época, ele se mudou para São Paulo e conheceu Manuel de Nóbrega, que o convidou para vender pequenas arcas com presentes, que seriam pagas em 12 prestações e entregues no final do ano. Era o embrião do Baú da Felicidade.
Nóbrega vendeu sua parte da sociedade ao amigo pouco tempo depois. Foi com o dinheiro do Baú que Silvio comprou um horário na TV Paulista. Em 1966, a emissora passou às mãos da Globo, mas o apresentador permaneceu na nova rede.
No final da década de 1960, Silvio tinha uma das maiores audiências da televisão brasileira. Em 1975, ele ganhou a concorrência para a concessão do canal 11 do Rio de Janeiro. Instalou a TVS, que se transformou no SBT nos anos 1980, com a compra de mais canais.
Redação / Folhapress