SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pais de alunos da Escola Estadual Frederico Vergueiro Steidel, no Jardim Têxtil, zona leste de São Paulo, relatam rachaduras nas paredes e movimentação no piso durante trabalhos para expansão da linha 2-verde do Metrô, num canteiro ao lado da unidade.
A escola atende o fundamental 1, do do 1º ao 5º ano.
O Metrô afirma que enviou técnicos ao local na última sexta-feira (6) e que não constatou nenhum dano à escola decorrente da construção.
“Em todas as suas obras, a companhia exige a adoção de rigorosos procedimentos de segurança e manutenção dos equipamentos utilizados. Além disso, frequentemente são divulgadas informações sobre o estágio atual das obras e os possíveis impactos”, afirma a companhia paulista.
Os trabalhos na região devem ser encerrados em novembro deste ano. O Metrô diz permanecer à disposição dos pais e moradores da região para esclarecimentos.
Já a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que planeja obras de tratamento de fissuras na unidade e, de acordo com laudo técnico da Fundação para Desenvolvimento da Educação, não há risco estrutural, tampouco necessidade de interdição da escola. Uma nova vistoria será realizada ainda nesta semana.
A Defesa Civil paulistana esteve no local nesta segunda-feira (9) e afirma não ter constatado anormalidade.
Enquanto isso, pais dizem continuar preocupados. “Não estamos seguros em mandar nossos filhos à escola, mas também preocupados com as faltas que eles recebem”, afirma a auxiliar financeira Bruna Sorrilho, 35.
Segundo ela, a unidade de ensino está sofrendo com a movimentação do piso e apresenta muitas rachaduras que se abrem a cada dia. No segundo andar, afirma, alunos e professores relatam ouvir estalos diariamente.
A personal trainer Patricia Melo, 38, corrobora com Bruna. Mãe de dois filhos matriculados na Frederico Vergueiro Steidel, ela diz temer pelos meninos.
Os pais têm aproveitado o horário de saída das crianças, quando entram nas escolas, para tirar fotos da situação.
Essa não é a primeira denúncia de problemas causados pela expansão da linha 2-verde. Em 2022, ao menos 12 moradores da Vila Mafra, ao lado da Vila Mafra, relataram problemas estruturais em suas casas, como rachaduras e infiltrações por canos estourados, causados pela obra iniciada em julho de 2021.
BRUNO LUCCA / Folhapress