SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Esquiva Falcão perdeu o duelo com o alemão Vincenzo Gualtieri pelo título dos pesos médios (até 72,6 kg) da IBF (Federação Internacional de Boxe). Em Wuppertal, na Alemanha, ele teve problemas com os contra-ataques do adversário e sucumbiu por pontos.
Foi unânime a decisão dos juízes, ao fim de um combate no qual acabou ficando clara a superioridade do boxeador da casa. Um deles apontou 117 a 109 para Vincenzo. Os outros dois tiveram como placar 116 a 110.
Prata nos Jogos de 2012, em Londres, o capixaba de 33 anos tentava se tornar o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de prata e ser campeão mundial. Tinha, como profissional, um cartel de 30 vitórias em 30 lutas, 20 delas por nocaute.
Diante de Gualtieri, no entanto, neste sábado (1º), logo viu que a tarefa difícil. O brasileiro tentava castigar o alemão de 30 anos com golpes duros na linha de cintura, mas se expunha aos contra-ataques. Um deles, no segundo assalto, levou-o ao chão.
A luta teve um momento de maior tensão no oitavo assalto, quando Esquiva caiu, acusando um golpe baixo do rival. O árbitro chegou a abrir contagem antes de mudar de ideia, e Falcão retornou com ímpeto ao combate.
Àquela altura, pelo andar da luta, parecia difícil uma virada por pontos. Esquiva precisava buscar um nocaute e novamente se expôs, indo outra vez à lona no décimo assalto. Cansado, não encontrou o que procurava na parte final.
Assim, ficou com Vincenzo Gualtieri o cinturão dos médios da IBF, que estava vago havia mais de um ano, quando dele abriu mão Gennady Golovkin, do Cazaquistão. A federação determinou que Esquiva, primeiro do ranking, e o alemão, terceiro, disputariam o título vago.
Era a chance que o brasileiro esperava após um período de muita dificuldade. Em 2021, durante uma das fases mais críticas da pandemia de Covid-19, passou a trabalhar como motoboy no Espírito Santo, entregando pizzas que sua mulher preparava.
“Dê um nocaute na sua fome”, dizia o anúncio nas redes sociais, que chamou a atenção e lhe rendeu um polêmico patrocínio. Passou a receber da rede de lojas Havan, de Luciano Hang, notório apoiador do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Quando eu assinei com a Havan, muitas portas se abriram, mas muitas portas se fecharam também. Algumas empresas não quiseram me patrocinar porque eu tinha fechado com uma empresa que apoiava o Bolsonaro. Levaram as coisas para um lado que não tem nada a ver”, afirmou.
Redação / Folhapress