Esta sexta (8) foi o segundo dia mais chuvoso de 2024 em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, esta sexta-feira (8) foi o segundo dia mais chuvoso da cidade de São Paulo em 2024.

Entre meia-noite e 19h, o volume médio das precipitações na cidade foi de 39,3 mm, o que corresponde a 29% da média de novembro que é de 135,7 mm. Essa marca perde apenas para o dia 12 de janeiro, quando o volume médio acumulado foi de 56,5 mm.

A região com o maior volume de chuva foi a zona oeste, com 64,2 mm, ou 47,3% da média do mês. Já a zona leste, foi a região que recebeu o menor volume pluviométrico, 30,6 mm, ou 22,5% da média do mês. Os dados do CGE mostram que novembro acumulou até o momento 110,5 mm de chuva, o que corresponde a aproximadamente 81,4% dos 135,7 mm esperados para o mês.

A chuva persistente deste a madrugada desta sexta ganhou intensidade à tarde. Pouco depois das 14h30, todas as regiões da capital foram colocadas em atenção para alagamentos, inclusive nas marginais Pinheiros e Tietê, condição que permaneceu até as 16h20.

Ao todo, esta sexta teve 21 pontos de alagamentos na cidade, sendo seis intransitáveis. No monitoramento do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, às 19h30 ainda havia quatro pontos alagados, mas transitáveis: nas ruas Alvarenga e Coronel Palimércio de Rezende, no Butantã, zona oeste; no viaduto Engenheiro Alberto Badra, em Aricanduva, na zona leste; e no elevado Presidente João Goulart, no Centro.

A capital paulista segue com nível alto para alagamentos e inundações as próximas horas, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). No início da manhã, conforme a Defesa Civil, foi registrado um acumulado de 118 mm de chuva em 48 horas em Pirituba, na zona norte.

Ao longo do dia, o tempo permaneceu instável e com chuva de intensidade fraca a moderada. A combinação de chuva intermitente e solo já encharcado cria condições para formação de alagamentos e deslizamentos de terra nas áreas de risco.

A chuva causa transtornos desde quinta-feira (7). O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por exemplo, amanheceu cheio e com diversos passageiros sem saber quando vão conseguir chegar aos seus destinos, em razão da chuva persistente registrada na capital paulista. Foram cancelados 61 voos entre quinta e esta sexta, sendo 36 chegadas e 25 partidas.

Muitos dormiram no saguão do terminal à espera de definição de quando poderiam embarcar.

Desde a meia-noite até às 20h30, o Corpo de Bombeiros recebeu 97 chamados para quedas de árvores na região metropolitana de São Paulo e um desabamento em Pedreira, na zona sul. Não há informações de vítimas.

Segundo informativo da concessionária Enel, atualizado às 19h30, mais de 39 mil endereços estavam sem energia na Grande SP. Na capital paulista, o apagão atingia 26,8 mil imóveis.

O trânsito também foi afetado e a cidade, às 18h, chegou a ter 1.325 quilômetros de congestionamento. Na última medição da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 19h, estavam 1.249 quilômetros parados.

Por causa das previsões de chuva forte, desde quinta-feira (7) o governo paulista tem em ação um gabinete de crise, com integrantes de agências reguladoras estaduais, concessionárias de energia elétrica e de abastecimento de água. A intenção, segundo a Defesa Civil, é permitir uma comunicação ágil e ações mais efetivas de monitoramento e controle.

A Enel Distribuição divulgou nota em que diz estar “preparada para colocar em prática seu plano emergencial” para esta sexta.

A companhia afirma que suas equipes estão de prontidão para atender a eventuais ocorrências que envolvam o fornecimento de energia dentro da área de concessão, composta por 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo a capital paulista. A concessionária não informou quantos trabalhadores estão envolvidos na operação.

A passagem de uma frente fria provoca precipitações em boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.

A chuva provoca estragos em várias regiões do estado desde a quinta-feira. Uma forte precipitação, acompanhada de rajadas de vento, derrubou uma estrutura metálica sobre 20 carros que estavam estacionados em um supermercado em Presidente Venceslau.

Em Campinas, houve a queda de sete árvores e dois muros em vias públicas, além de seis pontos de alagamentos. Não houve vítimas. Pelo município foram verificados ainda três pontos de deslizamentos de terra, onde após realização de vistorias da Defesa Civil do município, foi preciso interditar dois imóveis, e seus moradores foram encaminhados para casa de parentes.

No bairro Panorama, em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, uma casa desmoronou nesta tarde. Ainda não havia informações sobre vítimas até a publicação deste texto.

Em Bauru, um motociclista foi arrastado por cerca de 50 metros pela correnteza, mas conseguiu se resgatado com segurança.

Em Itapeva, uma árvore caiu em cima de duas casas -uma delas teve de ser parcialmente interditada.

O Gabinete de Crise divulgou um boletim dos transtornos causados pela chuva entre quinta e sexta-feira:

– Ribeirão Preto – Pontos de alagamento;

– Birigui – Erosão de via próximo de córrego;

– Itapeva – Pontos de alagamento;

– São José do Rio Pardo – Pontos de alagamento, erosão de solo e queda de muro – 4 desalojados (os desalojados retornaram para as suas moradias);

– Piracicaba – Queda de árvore de grande porte;

– Presidente Venceslau – Colapso da cobertura de estacionamento (estrutura metálica) – 1 ferido leve;

– Araçoiaba da Serra – Pontos de alagamento, colapso de muro, inundação – 100 desalojados;

– Sorocaba – Pontos de alagamento – 40 desabrigados;

– Severínia – Erosão próximo a via;

– Carapicuíba – Ponto de alagamento, deslizamento, queda de árvore, destelhamento, queda de poste, 1 ferido leve, 6 desalojados;

– Alumínio – Rompimento de adutora;

– Arealva – Solapamento de Via, Interdição de Estrada Vicinal;

– Tatuí – Quedas de árvores e Erosão;

– São Paulo – Quedas de árvores, Erosão de solo, Queda de energia e Pontos de alagamento;

– Campinas – Pontos de alagamento, Colapso de muros, Quedas de árvores, Deslizamentos, 3 desalojados;

– Pirapora do Bom Jesus – Inundação e Pontos de alagamento, 80 desalojados;

– Bauru – Pontos de alagamento e enxurrada;

– Cajamar – Deslizamento de terra e Quedas de árvores 12 Desalojados;

– Atibaia – Extravasamento de Rio e Quedas de árvores;

– Votorantim – Desabamento, Pontos de alagamento, 2 Desabrigados, Quedas de árvores e Deslizamento.

Neste sábado (9), os ventos úmidos que sopram do mar favorecem a formação de muitas nuvens baixas. Por conta disso, diz o CGE, o céu fica encoberto, e há potencial para garoa e chuva leve em pontos isolados entre a madrugada e o período da manhã, e garoa à noite. A temperatura cai, com máxima de 19°C no meio do dia e a mínima de 15°C no fim da noite.

No domingo (10), o céu continua nublado, no entanto, haverá alguns períodos com sol entre muitas nuvens. A temperatura apresenta pequena elevação e não há expectativa de chuva. Os termômetros oscilam entre a mínima de 15°C na madrugada e a máxima de 22°C no início da tarde.

A cidade de São Paulo registrou na primeira semana de novembro 163 mm de chuva, volume maior do que o esperado para todo o mês -145 mm, segundo a Defesa Civil do Estado.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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