SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Duas estreantes em Jogos Pan-Americanos deram ao Brasil em Santiago cinco lugares no pódio, sendo três ouros e duas pratas. Não foram quaisquer estreantes, no entanto.
ESTRELAS DO TIME BRASIL
Calejadas, Rayssa Leal e Rebeca Andrade chegaram como estrelas ao primeiro Pan, em Santiago.
Ambas brilharam nos últimos anos, nas Olimpíadas de Tóquio e nos Mundiais de suas modalidades.
Com uma semana de Jogos, o Brasil soma 66 medalhas, sendo 14 de ouro. Destes, um quinto é de Rayssa e Rebeca.
ESTRELA EM SANTIAGO, REBECA PENSOU EM DESISTIR APÓS LESÕES
Não são somente os pódios que marcam a carreira de Rebeca Andrade. As graves lesões e cirurgias, como as três no ligamento cruzado anterior do joelho direito, também são parte importante da carreira da ginasta.
Foi por causa das lesões, inclusive, que ela perdeu as edições de 2015 (Toronto) e 2019 (Lima) do Pan. Rebeca pensou em desistir da carreira, por sinal, como já lembraram ela própria e dona Rosa, a mãe:
“Ela me dizia: ‘Mãe, eu não consigo mais, eu não quero mais’. Nessa hora, choramos muito. Juntas. Ela achava que não suportaria os treinos após a cirurgia, e eu só falei para ela tentar primeiro, antes de simplesmente desistir. E ela foi pegando confiança.”
E foi como estrela de Santiago 2023 que a ginasta chegou à sua estreia em Pan-Americanos, já consagrada aos 24 anos, sobretudo pelas grandes atuações nos Jogos Olímpicos de Tóquio (um ouro e uma prata) e no Mundial deste ano na Antuérpia (um ouro, três pratas e um bronze).
Como não poderia ser diferente, o desempenho foi fenomenal na capital chilena: duas medalhas de ouro e duas de prata nas quatro competições que disputou. Uma delas, aliás, com um salto para entrar na história da categoria e não apenas em Pans. Após o desempenho memorável, Rebeca mostrou gratidão pelo apoio recebido nos momentos mais difíceis:
“Se não fosse por eles (Flamengo, COB e CBG), pelo meu treinador, pela equipe multidisciplinar, eu não estaria aqui nesta hoje. Por tantos processos diferentes que eu precisei fazer, tanto de sair de casa e depois das cirurgias, manter a cabeça boa, de saber que eu era capaz de voltar, eu precisava de todos eles do meu lado. Tiveram momentos que, por mim, eu jogava a toalha mesmo. Mas eles lutaram junto comigo. Me fizeram entender que eu podia mais. Acreditavam não só no potencial que eu tinha como atleta, mas na pessoa que eu sou. Foram os principais motivos pra que eu não desistisse. Rebeca Andrade.
NA ESTREIA DO SKATE NO PAN, BRASIL CHEGOU COM UMA ESTRELA
Pode até não parecer pelo que já conquistou na carreira, mas Rayssa Leal tem apenas 15 anos. Estreou em Jogos Pan-Americanos com relevantes títulos na bagagem: no skate street, foram dois títulos mundiais, duas medalhas de ouro em X Games e a prata nas Olimpíadas de Tóquio, quando era a mais jovem atleta da delegação brasileira, com 13 anos.
Esta última, aliás, foi a atuação que a fez cativar os brasileiros e a projetou para o país para além da modalidade. Em Santiago, no último sábado (21), estreou muito bem e faturou o primeiro ouro do Brasil no Pan de 2023 e o primeiro da modalidade nos Jogos.
Se apresentou de forma segura, liderando a competição do começo ao fim, e chegou ao lugar mais alto do pódio com nota 236.98. Pâmela Rosa (211.34) completou a dobradinha brasileira.
“Eu não tenho palavras para descrever o que estou sentindo agora. Estou muito feliz com tudo o que estamos conquistando esse ano. Eu e a Pâmela pudemos representar muito bem o Brasil. A ficha não caiu ainda”, afirmou Rayssa.
COMO ESTÁ O BRASIL NO QUADRO DE MEDALHAS
O Brasil é o quarto colocado no quadro geral de medalhas, com 14 ouros, 25 pratas e 27 bronzes. Um total de 66 pódios. À frente estão Estados Unidos, México e Canadá. Confira o quadro de medalhas aqui.
GUILHERME PADIN / Folhapress