Estrela pop dos thrillers, Raphael Montes deixa adolescentes em suspense

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A “dança das cadeiras” começou cedo no primeiro domingo (8) da Bienal do Livro de São Paulo. Quando uma cadeira era liberada, adolescentes com blusas e bolsas com o nome do escritor Raphael Montes corriam para conquistar o lugar perfeito –tudo isso horas antes da chegada do autor.

Mesmo que no palco os ex-BBBs Viih Tube, Eliezer e Pyong Lee estivessem discutissem como é viver sob os holofotes, o assunto era outro na plateia. O público estava focado em exibir suas edições de “Uma Família Feliz” e “O Jantar Secreto”, de Montes, e compartilhar suas experiências com o autor.

Símbolo pop dos thrillers, Montes foi um dos entrevistados de uma das mesas mais movimentadas do primeiro domingo de evento. Também compuseram a mesa os escritores policiais Victor Bonini (“Tortura Branca”) e Claudia Lemes (“Quando os Mortos Falam”).

A fã Thaís Ferreira, de 29 anos, descobriu que, se chegasse mais cedo para conseguir um lugar na Arena Cultural, poderia ficar até o momento da mesa de Montes. E foi isso que ela fez, ao lado da sogra.

“O pessoal do trabalho me indicou o autor e eu gostei muito. Adoro os plots [sinopses] dos livros dele. Consigo ler em um dia mesmo com a correria do trabalho”, disse.

Entre euforia e gritos de animação do público, os autores compartilharam os processos de criação de seus personagens e tramas.

“Não conhecer todo um personagem é a delícia da construção. Um bom personagem você vai descobrindo quando escreve”, defendeu Montes. “Temos que deixar os personagens nos surpreenderem”, disse Lemes.

Além de serem autores de tramas policiais, os escritores da mesa tinham outro ponto em comum: tratam de temas sensíveis do cotidiano brasileiro em suas obras.

“Acho impossível separar a literatura das questões do nosso tempo. Eu gosto de colocar a situação da forma mais realista possível para o leitor se questionar se isso está certo ou errado”, disse Lemes.

“Esses temas –bullying, desaparecimento de crianças, desempenho dos agentes de segurança pública– estão lá para fazer parte da história e retratar o dia a dia”, disse Bonini.

“Se eu quero falar sobre violência doméstica, eu posso fazer uma cartilha explicando o tema e o que pode ser feito nessas situações. Mas eu também posso mostrar a história de uma personagem que vive esse drama e você pode entender melhor”, compartilhou Montes.

A escrita de Montes foi o que captou a estudante Taila Maria, 15. A adolescente conta que ficou encantada com a série da Netflix “Bom Dia, Verônica” antes mesmo de saber que ele era um dos autores.

“Eu leio um livro em três dias. Sempre li livros de suspense e true crime, mas ele foi o meu primeiro autor nacional no gênero”, conta.

A jovem escolheu comemorar o aniversário na Bienal só para encontrar com Montes. Como presente, ela volta para a casa com o exemplar de “Uma Família Feliz” autografado. Isso porque ela faz parte do seleto grupo de leitores que conseguiram a senha para encontrar o autor, um dos mais disputados do evento.

Montes aproveitou o alvoroço dos fãs para colocar mais lenha na fogueira. Entre uma resposta e outra, confirmou o lançamento da série de “Dias Perfeitos” para 2025. A obra foi adaptada pelo Globoplay e conta uma história de sequestro, resultado de um amor obsessivo e paranoico.

NATÁLIA SANTOS / Folhapress

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