Eu sou nepobaby, diz Sasha Meneghel

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aos 25 anos, Sasha Meneghel lançou sua própria marca de moda. Formada em design de moda nos Estados Unidos, a filha única de Xuxa e Luciano Szafir fez o desfile de inauguração em São Paulo, nesta segunda-feira (10).

Ela reconheceu os privilégios por ser filha dos famosos e se definiu como nepobaby ao falar do início de sua carreira —seja como modelo ou, agora, como empresária. A palavra mistura os termos “nepotismo” e “baby” e é usada para definir jovens artistas cujas carreiras seriam alegadamente facilitadas por conta dos pais, padrinhos ou parentes famosos e/ou com prestígio.

“Eu sou nepobaby sim, e quero dizer que reconheço os privilégios que tenho, privilégios imensos de poder juntar tanta gente incrível aqui, de contatos que naturalmente recebi na vida por ser uma nepobaby”, disse ela para o canal FFW Fashion.

“Agora, é o que vou fazer com tudo isso, com essas oportunidades que tenho na mão. Espero ter mostrado um pouquinho com a [marca] Mondepars. A minha vida inteira recebi críticas, mas tenho recebido muito mais amor, olho mais para isso do que para qualquer feedback negativo.”

Nas redes sociais, o termo já foi associado aos filhos e netos de Gilberto Gil, que formam a banda Gilsons e levaram dois troféus no Prêmio da Música Brasileira de 2023. Prova irrefutável de que, a despeito das boas conexões e do ambiente cultural acima da média em que foram criados, os rapazes têm talento, digam o que digam.

É este o raciocínio de Theo Bial. “Sobrenome ajuda, mas é preciso ser bom”, disse à Folha de S.Paulo o músico, filho do jornalista Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, dias depois de lançar disco no ‘Fantástico’. Na ocasião, ele foi longamente entrevistado pelo pai e por Ernesto Paglia, com intervenções da mãe.

Os nepobabies são assunto frequente de piada para humoristas nas redes. O perfil Malhassaum, formado por Dig Verardi e Fernanda Fuchs, viralizou nas redes sociais ao ironizar privilégio de parentes de famosos e a bolha da zona sul carioca.

O ensaísta Francisco Bosco, filho do cantor João Bosco, falou sobre o assunto recentemente no GNT. Ele contou que lutou contra essa associação ao seu pai durante um tempo (“Foi bastante difícil”), e afirmou que o Brasil tem o que define como “obsessão e fetiche” com a figura do herdeiro.

“A condição para que um filho deixe de ser filho é conquistar autonomia e reconhecimento social como sujeito, mas por causa dessa obsessão é difícil. Vejo como um fetiche, como sintoma de uma incapacidade da sociedade brasileira de se democratizar. É uma perpetuação eterna da era feudal.”

Redação / Folhapress

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