EUA anunciam contribuição de R$ 3,7 bilhões para fundo para pandemias

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos prometeram nesta quarta-feira (24) uma contribuição de até US$ 667 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) para o fundo para pandemias –mecanismo de financiamento multilateral dedicado a fornecer recursos para ajudar países de baixa e média renda a se prepararem melhor para futuras pandemias.

O anúncio foi feito durante um evento no Rio de Janeiro em paralelo ao encontro de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 (grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana).

A Alemanha também se comprometeu em destinar US$ 54 milhões (em torno de R$ 304 milhões) para o instrumento, criado em 2022.

Essa é a segunda rodada de financiamentos para o fundo, que tem como meta arrecadar ao menos US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,2 bilhões) em recursos para atender à demanda dos países entre 2025 e 2027.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, ressaltou o alcance do fundo em um tempo “extremamente curto” e destacou a impulso da iniciativa na capacidade coletiva de prevenção e resposta a crises sanitárias.

“Precisamos garantir que o Fundo Pandêmico seja equipado com os recursos que precisa”, disse. “As emergências de saúde são, em primeiro lugar, uma tragédia humana, mas também impactam todos os aspectos da economia”, acrescentou.

“Sabemos que o Fundo Pandêmico de recursos públicos beneficiará os americanos e as pessoas do mundo todo mitigando o custo humano e econômico imenso que vemos nas pandemias, como a de Covid.”

Ministros de Finanças e Desenvolvimento do G20, representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento, agências das Nações Unidas, iniciativas globais de saúde e organizações da sociedade civil expressaram apoio à iniciativa.

Os parceiros se reunirão novamente em evento agendado para 31 de outubro, organizado pelo Brasil sob sua presidência do G20.

Em abril, durante a visita do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, o presidente francês sinalizou o interesse de discutir saúde pública e enfermidades tropicais na próxima reunião da cúpula do G20, marcada para o final do ano no Rio de Janeiro.

Segundo Macron, é fundamental ter união entre os países para buscar a chamada saúde única, conceito que inclui seres humanos, ambiente e animais.

Já no final de maio, após mais de dois anos de negociações, o tratado sobre pandemias da OMS (Organização Mundial da Saúde), espécie de acordo entre os países-membros das Nações Unidas para a prevenção e combate de futuras pandemias, acabou sem uma definição.

As conversações foram estendidas várias vezes, sem sucesso. O copresidente do grupo responsável, o INB (Intergovernmental Negotiating Body), Roland Driece, as descreveu como uma “montanha russa”. “Não chegamos aonde esperávamos”, afirmou.

A falta de preparo de países para o enfrentamento da pandemia da Covid, no final de 2019 e início de 2020, levou a um excesso de mortes, sobretudo em países como Estados Unidos e Brasil, afirma o pesquisador Neil Ferguson, do centro de modelagem de epidemias do Imperial College de Londres.

NATHALIA GARCIA / Folhapress

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