RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

EUA anunciam sanções contra Sudão por suposto uso de armas químicas

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos acusaram o governo do Sudão de utilizar armas químicas em 2024, durante o conflito interno no país, e anunciaram nesta quinta-feira (22) a entrada em vigor de sanções nas próximas semanas. O governo sudanês negou as acusações, chamando-as de infundadas e uma “chantagem política e uma falsificação deliberada dos fatos”, segundo o ministro da Informação, Khalid al Aiser.

“Após um período de 15 dias de notificação ao Congresso, os Estados Unidos imporão sanções ao Sudão, que incluirão restrições às exportações americanas e ao acesso a linhas de crédito do governo dos EUA”, informou o Departamento de Estado em comunicado.

As sanções passarão a valer em 6 de junho. “Os Estados Unidos conclamam o governo sudanês a cessar o uso de armas químicas e a respeitar seus compromissos internacionais”, diz a nota oficial.

Em resposta, o governo do Sudão rejeitou a medida e classificou as acusações como falsas.

“Essa interferência, sem qualquer base moral ou legal, retira de Washington o que lhe resta de credibilidade e fecha a porta a qualquer influência no Sudão”, declarou novamente o porta-voz Khalid al-Aiser, nesta sexta-feira.

Na prática, o impacto das sanções será limitado, uma vez que tanto o chefe do Exército quanto o líder das forças paramilitares já estão sob sanções impostas pelos EUA.

O Sudão está em conflito desde abril de 2023, com o enfrentamento entre o general Abdel Fattah al Burhan, comandante das Forças Armadas e líder de fato do país, e seu antigo aliado, Mohammed Hamdan Daglo, chefe das rebeldes Forças de Apoio Rápido (RSF) .

A guerra já deixou dezenas de milhares de mortos e forçou cerca de 13 milhões de pessoas a abandonarem suas casas. As Nações Unidas classificam a situação como a “pior crise humanitária da atualidade.”

Em janeiro, os EUA impuseram sanções contra al-Burhan, acusando-o de priorizar o confronto militar em detrimento de negociações de paz.

Além disso, Washington determinou que membros das RSF e milícias aliadas cometeram genocídio, sancionando parte da liderança do grupo, inclusive o próprio Daglo.

Segundo o New York Times, com base em informações de quatro altos funcionários do governo americano, o Exército sudanês utilizou armas químicas pelo menos duas vezes durante o conflito, em regiões remotas do país.

Dois desses funcionários afirmaram que os armamentos utilizados pareciam conter gás cloro, substância capaz de causar danos duradouros aos tecidos humanos, conforme o jornal.

O comunicado da porta-voz Tammy Bruce indicou que os EUA formalizaram a acusação em 24 de abril, com base na Lei de Controle e Eliminação de Armas Químicas e Biológicas de 1991, mas não especificaram quais armas foram usadas, nem quando ou onde.

Um diplomata sudanês sugeriu que a acusação busca desviar a atenção de uma recente pressão no Congresso contra os Emirados Árabes Unidos. Ele também criticou os EUA por não terem recorrido à Organização para a Proibição de Armas Químicas para investigar as alegações.

O governo sudanês, alinhado ao Exército, rompeu relações diplomáticas com os Emirados neste mês, acusando o país do Golfo de fornecer armamentos avançados às RSF — em um conflito que eclodiu após desentendimentos sobre a integração das duas forças.

Os Emirados Árabes negaram as acusações e afirmaram apoiar esforços humanitários e de paz.

Na última quinta-feira, parlamentares democratas dos EUA tentaram bloquear vendas de armas aos Emirados, justamente por seu suposto envolvimento na guerra.

Nesta semana, o governo sudanês acusou os Emirados pela primeira vez de uma intervenção militar direta, atribuindo a eles um ataque contra Porto Sudão. Em resposta, o país árabe negou responsabilidade e disse condenar o ataque.

Redação / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS