SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No meio da tarde desta sexta-feira (24), data do primeiro show de Taylor Swift em São Paulo, uma figura destoava da multidão nas filas quilométricas para a entrada do estádio Allianz Parque. Com um terno pendurado no ombro, o homem cantava louvores com uma Bíblia na mão.
Trata-se do diácono evangélico Orlando Torres, 72 anos, da Assembleia de Deus. Ele diz que tem o costume de pregar para multidões e foi tão bem recebido pelos fãs de Swift que ganhou as pulseiras de letrinhas que são febre entre eles.
“Vim cantando e ganhei tantas que cobriu o braço inteiro, aí agora estou distribuindo”, afirma. “Passei cantando, mais ‘light’, sem fazer tanta pregação, e eles gostaram.”
Torres conta que chegou por volta das 11h no Allianz Parque, e encontrou diversos evangélicos, que o cumprimentaram. Ele sequer conseguia pronunciar o nome de Swift, mas gostou do que descobriu sobre a artista.
“Perguntei qual era o estilo dessa cantora e me falaram que não tem nada pesado, né? Nada que vá contra os ensinamentos do cristianismo, porque tem artistas que vão contra”, ele diz, apontando para sua Bíblia.
Torres se lembra de ir ao show de Madonna, no estádio do Morumbi, em 2008. “Ali era pesado”, diz, recordando que ouviu de um jornalista na ocasião que ele era a única coisa de Deus em meio a um inferno.
Na fila do show de Swift, Torres passou cantando refrões como “glória, aleluia!”. Também gritou frases como “viva a amizade”, algo que, segundo ele “pega o público”, e que “tem a ver” com os fãs da cantora.
Ele disse ao público que “Deus gosta de vocês”, por causa do clima bom para o show de São Paulo. Isso porque, no Rio de Janeiro, o calor foi forte -cerca de mil pessoas passaram mal e uma fã, Ana Clara Benevides, morreu no estádio Nilton Santos.
Para Torres, essas aglomerações são oportunidades de espalhar a palavra de Jesus Cristo. “Do que eu canto, alguma coisa vai ficar para eles. Estou sendo premiado hoje. Para mim está sendo uma alegria.”
LUCAS BRÊDA / Folhapress