SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ex-árbitros ouvidos pela reportagem foram unânimes e viram erros do juiz Wagner do Nascimento Magalhães nos gols polêmicos da classificação do Corinthians sobre o Juventude, na última quarta-feira (11), nas quartas de final da Copa do Brasil.
O QUE ELES DISSERAM?
“O gol [de Lucas Barbosa] foi bem anulado. O Hugo segura a bola com as duas mãos antes do chute do Lucas Barbosa. Pela regra, é considerado que o goleiro já está de posse da bola.
O gol [contra de Hugo Souza] deveria ter sido anulado. O Zé Marcos empurra o Fagner com as duas mãos, e a bola já estava em jogo, foi falta. O VAR recomendou corretamente a revisão para anular o gol, mas o árbitro errou na decisão final.”
Nadine Basttos
“O lance é de interpretação, e por isso o VAR não deveria intervir [gol de Lucas Barbosa]. Apesar disto, a decisão correta é marcar a falta porque o Hugo, mesmo sem ter a bola dominada nas mãos, foi atingido com a sola da chuteira, ato que caracteriza uma jogada perigosa. Foi um jogo perigoso do Lucas Barbosa.
O gol foi validado de maneira errada [contra de Hugo Souza]. A falta, já com a bola em jogo, foi muito clara no Fagner. Além disso, houve infração no próprio Hugo, que sofreu carga do zagueiro do Juventude.”
Manoel Serapião
“A anulação [do gol de Lucas Barbosa] foi correta porque o goleiro do Corinthians tinha a posse da bola. O gol [contra de Hugo Souza] deveria ser anulado pois acontecem duas faltas no lance: a primeira falta em cima do Fagner e a segunda falta no Hugo, que é tocado pelo Zé Marcos.”
Ulisses Tavares
“Os dois lances são claros e só cabe uma única interpretação. Em ambos, o goleiro está de posse de bola, o primeiro rente ao solo e o segundo pelo alto, acima de sua cabeça. A posse de bola do goleiro ocorre quando ele toca a bola com uma ou ambas as mãos não é necessário que ele segure a bola com as mãos para ser considerado que ele está com a posse. Neste momento, ele não pode ser tocado por qualquer jogador adversário. Isto existe para protegê-lo e para que ele possa, com as mãos, defender a sua meta. Logo, ambos os lances deveriam ser anulados por irregularidades. É inadmissível, após tanto tempo decorrido e com o auxílio da VAR, o árbitro dar por validado o segundo lance, já que há falta no Fagner após a cobrança do escanteio.”
Emídio Marques
COMO FORAM OS LANCES
A primeira polêmica aconteceu aos 31 minutos do primeiro tempo. Lucas Barbosa dividiu com Hugo Souza, ficou com a bola e marcou o gol de empate do Juventude por 1 a 1 àquela altura.
Wagner do Nascimento Magalhães validou o gol em campo, mas foi chamado por Rodrigo Nunes de Sá, VAR do jogo, e mudou de decisão, anulando o tento.
A segunda polêmica veio pouco depois, aos 40 minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Zé Marcos se enroscou com Fagner, trombou com Hugo Souza, a bola passou entre os braços do goleiro e tomou o rumo do gol.
Wagner validou o gol em campo e foi chamado pelo VAR. Ele revisou uma possível falta por empurrão do zagueiro do Juventude em Fagner e, depois, o choque com o goleiro corintiano, mas manteve a decisão de campo, validando o tento.
CORINTHIANS VENCE NO FIM E AVANÇA
O Corinthians sofreu, mas venceu o Juventude por 3 a 1 na Neo Química Arena e avançou à semifinal da Copa do Brasil a equipe havia perdido por 2 a 1 no jogo de ida.
Romero colocou o Corinthians na frente, mas Hugo Souza [contra] deixou tudo igual para o Juventude. Na etapa final, Zé Marcos [contra] recolocou o Timão na frente, e André Ramalho, nos acréscimos, fez o gol da classificação no tempo normal.
O Corinthians espera por Flamengo ou Bahia na semifinal. As duas equipes se enfrentam nesta quinta-feira (12), no Maracanã, às 21h45 (de Brasília). O Flamengo venceu o jogo de ida por 1 a 0.
BRUNO MADRID E RENAN LISKAI / Folhapress