SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Chelsea e Middlesbrough se enfrentarão nesta terça-feira (23) no jogo de volta da semifinal da Copa da Liga Inglesa. Os dois times já protagonizaram uma partida que ficou marcada por uma briga de torcidas.
O Chelsea foi rebaixado em confronto contra o Middlesbrough em 1988. Na época, o primeiro time na zona de rebaixamento da divisão de elite do Campeonato Inglês caso dos Blues disputava playoffs contra o terceiro, o quarto e o quinto colocados da segunda divisão. O Boro perdeu por 1 a 0 em Stamford Bridge, mas o placar era suficiente após triunfo por 2 a 0 em casa, confirmou o acesso e decretou rebaixamento do time da casa.
Centenas de torcedores do Chelsea invadiram o gramado após o apito final. Segundo relatos da época, o movimento teria sido provocado pela comemoração de torcedores visitantes, que subiram nas grades e teriam provocado os mandantes. O grupo de hooligans do Chelsea atirou objetos contra a torcida rival, incluindo pedras.
Os jogadores do Middlesbrough não tiveram tempo de celebrar o acesso à primeira divisão. O elenco precisou correr às pressas para o vestiário em meio ao conflito. Ídolo do time, o atacante Bernie Slaven entrou em detalhes sobre a “batalha de Stamford Bridge” em entrevista ao jornal The Sun.
“Quando me aproximei (dos torcedores do Middlesbrough), o olhar em seus rostos era mais de medo do que de felicidade, e pareciam apontar para trás de mim. Virei-me e havia centenas de torcedores do Chelsea marchando em minha direção”, disse Bernie Slaven, ao The Sun.
“Todos os meus colegas de time estavam indo para o vestiário então corri naquela direção. Nunca fui o mais rápido, mas é engraçado o que adrenalina e medo fazem por você”, afirma.
“Um dos nossos teve um tijolo atirado em sua direção, e alguns passaram perto de machucar. Nunca presenciei nada parecido. Entrou no folclore do Boro como a ‘Batalha de Stamford Bridge’, diz Bernie Slaven. “Foi o mais assustado que eu já estive num campo de futebol.”
O goleiro do Middlesbrough naquele dia, Stephen Pears, apontou que o clima já era hostil antes de a bola rolar.
“As pessoas estavam batendo no ônibus e até atirando pedras. E assim que saímos, vocês deveriam ter ouvido as vaias. Foi nojento, e eu fiquei preocupado pela minha família, que estava lá”, afirma Stephen Pears, ao The Sun.
102 pessoas foram presas e 45 pessoas saíram feridas. Batalhas em que torcedores e policiais saíram feridos ou até mesmo mortos foram uma realidade que afetou o futebol do país, especialmente na década de 1980. Em 1988, ano da “Batalha de Stamford Bridge”, os times ingleses estavam banidos de torneios continentais após o desastre de Heysel quando 39 pessoas morreram na final da Liga dos Campeões de 1985, entre Liverpool e Juventus.
Redação / Folhapress