Ex-Corinthians e Santos faz 104 gols em seis anos e vira sensação na Ásia

PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – Léo Souza é a materialização da frase: centroavante vive de gols. Ex-Santos e Corinthians, o atacante de 26 anos marcou 104 gols em seis anos no futebol asiático e sonha em retornar ao Brasil.

Léo sempre chamou atenção pelo faro artilheiro. Sua passagem pelo Corinthians e pelo Santos, em ambos na base, é repleta de conquistas.

Artilheiro do Paulista sub-15, da Copa Nike, da Taça BH Sub-17, da Copa do Brasil Sub-17 e de outros campeonatos internacionais pelo Corinthians e goleador da Copa RS Sub-20 pelo Santos são alguns dos feitos dele antes de partir para o outro lado do planeta.

“Carrego muitas lembranças boas. Nos dois clubes, eu tive muito destaque na base, venci títulos, prêmios individuais… Tive boas referências nos dois clubes, então guardo tudo com muito carinho”, contou ao UOL.

No entanto, não foi na Neo Química Arena ou na Vila Belmiro que as melhores oportunidades vieram. No Brasil, ele atuou no Ituano e no Rio Verde-GO em times principais. O mais perto que esteve do time de cima do Santos foi o Sub-23.

MAIS DE 100 GOLS EM TRÊS PAÍSES

A ida para Ásia ocorreu em 2018, e o primeiro destino foi o Gainare Tottori (JAP), clube pelo qual fez 28 gols e foi artilheiro da J-League 3.

Em seguida, veio o Albirex Nigata (JAP), pelo qual marcou 24 gols e virou artilheiro da J-League 2. Com isso, se tornou o primeiro jogador a ser artilheiro de forma consecutiva de duas Ligas do Japão. O último clube no país foi o Urawa Reds, pelo qual balançou as redes 13 vezes.

Em seguida, partiu para China, onde passou pelo Shandong Luneng (fez um gol) e o Hebei FC (mais um gol) antes de ir para a Coreia do Sul. Na Coreia, pelo Hulsan Hyundai fez mais 14 gols, sendo artilheiro do time na conquista do campeonato nacional.

Depois, voltou para China pelo Shandong Taishan, em seguida foi para o Changchun Yatai (10 gols) e enfim rumou ao Zhejiang, onde fez 13 gols na temporada passada se tornando artilheiro da Superliga Chinesa.

Sempre confiei muito no meu potencial, tinha um receio de minha família não se adaptar e acabar gerando um desgaste, o que é natural pois é uma cultura diferente do Brasil. Mas, dentro de campo, eu sempre tive total confiança que iria ter um bom desempenho. Hoje eu me sinto muito feliz em saber o carinho que o povo asiático tem por mim… conquistar a confiança por aqui não é alto tão simples, é preciso muito trabalho e dedicação dentro de campo e também boas ações fora dele.

FUTEBOL TÃO LONGE DE CASA

A distância do Brasil não é problema para Léo. Hoje, depois de tanto tempo fora, a adaptação é plena. Mas nem sempre foi assim: o frio assustou logo de cara.

“A maior dificuldade que eu tive que passar foi o frio, sem dúvidas. Existe essa ideia fora sobre a comida na Ásia e tudo mais, mas para mim, sem dúvidas, o frio e neve me marcaram muito, principalmente quando eu fui para o Japão no primeiro ano. Não estava acostumado e isso me marcou muito”, contou.

Hoje até algumas palavras no idioma local já saem. “Eu me esforço bastante (risos). Acho que faz parte do papel do estrangeiro chegar e tentar aprender pelo menos o básico para conseguir se comunicar da melhor forma. No Japão, por eu ter ficado quatro anos, eu tenho mais familiaridade. Já no chinês e coreano, preciso melhor (risos), mas sei o básico.”

Creio eu que a maior diferença em relação ao futebol brasileiro é a obediência tática. O futebol brasileiro tecnicamente tem muita qualidade. Aqui, por outro lado, existe uma cobrança muito forte pela obediência tática. Por exemplo, jogamos recentemente com um menos por conta de expulsão… o jogo mudou complemente. Eu sou atacante, fazedor de gols, mas naquele momento, isso ficou em segunda opção. O que eu precisava fazer é ajudar a equipe a manter o resultado

QUER VOLTAR?

O sonho de jogar no futebol brasileiro faz parte da realidade de Léo Souza. Os gols na Ásia já ecoaram por aqui e algumas sondagens surgiram. No entanto, não há qualquer garantia ou data para que isso ocorra.

“Penso em voltar para o Brasil algum dia. É difícil falar com precisão qual clube ou data… No futebol, as coisas mudam muito rápido. Estou muito feliz por aqui, recebi algumas sondagens recentes, mas optei por permanecer. Espero um dia retornar e realizar o sonho dos meus pais de jogar na elite do futebol brasileiro”, finalizou.

MARINHO SALDANHA / Folhapress

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