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Ex-Fla, ele vive no RJ da Rússia e foi ‘tradutor’ de Vagner Love aos berros

Diogo Leite até tentou a carreira de jogador, mas foi como fisioterapeuta que ele passou por Flamengo e Botafogo antes de rumar a mercados alternativos e, hoje, viver no “Rio de Janeiro” da Rússia.

DOS CAMPOS PARA FORA DELE

Diogo Leite atuava como volante e fez boa parte da breve carreira como jogador no futebol carioca. Ele atuou por Madureira, Olaria, Cabofriense e América até rumar aos Emirados Árabes. A passagem pelo país durou pouco por causa da descoberta de um câncer que se desenvolvia na mãe do então atleta.

De volta ao Brasil, Diogo passou pelo Confiança e, depois, parou de jogar para estudar. O ex-atleta se interessou pela fisioterapia quando ainda era jogador e enfrentou problemas físicos.

“Algumas [lesões] deram trabalho para curar e foi onde eu conheci a fisioterapia. Naquele momento, eu já tomei a decisão de que, se por acaso a carreira não andasse, eu ia estudar para seguir na fisioterapia, para ajudar as pessoas da forma como alguém me ajudou”, disse Diogo Leite ao UOL.

O primeiro estágio se deu logo no Flamengo, em 2009. Diogo permaneceu no clube carioca até o fim da faculdade, em 2013, e depois rumou para o Botafogo. Na base do Glorioso, ele trabalhou com nomes que surgiram com destaque, como os zagueiros Lyanco, Igor Rabello e Kanu, além do atacante Ribamar.

DO ROI À RÚSSIA

Não demorou muito para Diogo deixar o Brasil. Após o período no Botafogo, ele foi convidado para trabalhar no Kairat, do Cazaquistão. O fisioterapeuta ainda passou pelo Tractor, do Irã, até chegar ao Sochi, da Rússia, onde está atualmente.

A adaptação ao clima russo não tem sido um problema. A temperatura na cidade, apesar de atingir níveis negativos às vezes, costuma ser amena. O clima quente faz Diogo lembrar do Rio de Janeiro. O cenário é completamente diferente do enfrentado pelo fisioterapeuta em sua passagem pelo Cazaquistão.

“Eu moro em Sochi, que é o Rio de Janeiro da Rússia. No verão é 40°C. Aqui quase não neva. Para nevar é muito difícil […] Eu peguei -50°C na cidade de Astana, no Cazaquistão.”

Os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia praticamente não são sentidos em Sochi. Mesmo próximo ao conflito, o brasileiro leva “uma vida normal”.

“A verdade é que a gente aqui não sente praticamente nada. Eu não estava aqui antes, para dizer como era e como é hoje, mas preciso dizer que aqui é uma vida normal que a gente vive. Eu, pelo menos, não acompanho muito o noticiário sobre isso. Quando tem algum evento mais importante, claro que aparece nas mídias, mas aqui, nesse sentido, está tudo tranquilo.”

TRADUTOR DE VAGNER LOVE AOS BERROS

Diogo Leite se tornou grande amigo de Vagner Love no Cazaquistão. O atacante brasileiro passou pelo Kairat entre 2020 e 2022 e fez sucesso. Ao longo do período, a dupla se aproximou.

Adaptado ao idioma local, Diogo Leite chegou a atuar como “tradutor” do atacante. Capitão do time, o jogador tentava motivar os companheiros antes de um jogo pela fase preliminar da Champions League, mas o tradutor oficial estava com covid. Diogo assumiu a função e traduziu as falas do atleta com a mesma ênfase.

“Ele agarrou na minha mão e começou a falar. Eu comecei a falar também, aí ele na emoção começa a gritar, e eu tendo que traduzir aquilo também com emoção. Pude ver a dificuldade que é o trabalho de tradutor, você ter que expressar a emoção…, Só falar é uma coisa, mas ter que passar a emoção do que ele está falando é diferente. Ele gritou algo como: ‘eu, com trinta e tantos anos, nunca imaginei que eu ia ter chance de jogar uma outra Liga dos Campeões. E estou aqui, pô, e meus olhos estão cheios de sangue para poder realmente entrar lá e performar. Já joguei, já ganhei uma Liga Europa. Todo mundo aqui também tem de entrar com esse espírito, que é uma oportunidade única.'”

A alimentação é um dos principais desafios de Diogo fora do Brasil. O fisioterapeuta tenta manter o cardápio brasileiro, mas encontrou dificuldades no Cazaquistão. O país tem a carne de cavalo como um dos principais pratos, mas isso não agradou ao brasileiro.

“Eles comem carne de cavalo. É uma comida bem típica lá. Eu tive um pouco de dificuldade, não me pegou, não conseguia comer. Não foi nem pelo gosto. É até interessante, gostoso. Mas é questão de você saber o animal que é. A gente não tem essa cultura de comer no Brasil.”

RENAN LISKAI / Folhapress

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