Ex-Flamengo, Hugo exalta torcida do Corinthians

SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Revelado no Flamengo, o goleiro Hugo Souza exaltou a Fiel Torcida na sua apresentação como reforço do Corinthians.

Novo camisa 1 do Corinthians, Hugo se surpreendeu com a atmosfera da Neo Química Arena mesmo antes de estrear.

O goleiro esteve no estádio nos 3 a 2 sobre o Vitória, com gol no último minuto, e ficou encantado com a atmosfera do local.

Hugo Souza reconheceu que a experiência no Corinthians é diferente ao ser perguntado sobre o histórico no Flamengo.

“A atmosfera da arena é totalmente diferente. A torcida aqui apoia os 90 minutos, toma gol e canta mais alto. Isso me encantou. Independentemente da situação, a torcida apoia o clube (…) A Fiel é incrível. Estou louco para estar em campo. Talvez essa seja a grande diferença da Fiel. O torcedor apoia independentemente das circunstâncias e sentimos isso em campo. Quando sentimos esse apreço, esse calor, não tem como não desempenhar o melhor futebol”, disse o jogador.

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ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

Perspectiva e titularidade na terça-feira

“Estou muito feliz de estar aqui. Perspectiva de ajudar o clube, brigar pelo meu espaço respeitando meus companheiros, que são grandes goleiros. Meninos têm qualidade absurda e vejo isso nos treinamentos. Respeito, mas vou brigar pelo meu espaço para ajudar o clube. Todos estão preparados para entrar em campo e dar o melhor”.

Altos e baixos

“Um Hugo muito mais maduro. Passagem vitoriosa, de altos e baixos, mas sou um rapaz de 25 anos que aprendeu bastante com acertos e erros. Me vejo muito pronto para esse desafio do Corinthians. Estou onde queria estar desde o início, por me sentir pronto para o desafio. O Hugo comprometido a Fiel pode esperar, querendo muito ajudar dentro e fora de campo. É esse Hugo que está aqui”.

O que achou da Neo Química Arena enquanto jogador do Flamengo?

“Joguei contra, a atmosfera é totalmente diferente de todos os lugares que vi na minha vida, imagina a favor. Estive na torcida contra o Vitória, nunca vi essa atmosfera na minha vida. Só tive mais vontade de estar em campo e dar alegrias à Fiel. Vou ser mais um torcedor dentro de campo, um cara empenhado para fazer com que o grupo saia dessa situação. É dar alegria ao torcedor e a nós também, que merecemos e trabalhamos muito para isso”.

Pressão pós-Cássio e Carlos Miguel

“É uma posição de muito apreço da torcida, por todos os goleiros que passaram no clube. Temos grandes nomes. Ronaldo, Dida, Cássio, fazem parte da história. Cássio talvez o maior ídolo da história pelo que conquistou, pelo respeito. Grande goleiro e pessoa, referência para todos que trabalham nessa posição no Brasil e no mundo. Me sinto honrado de estar aqui, de verdade. Muito feliz de vestir essa camisa. Clube gigante do futebol mundial. É o sonho de todos vestir essa camisa e tenho essa oportunidade. Respeito totalmente a história de todos que passaram por aqui e com vontade de conquistar a minha”.

Experiência na Europa

“Esse período me fez amadurecer bastante como pessoa, como atleta. Me fez enxergar futebol de outro lado. Fui para realidade em que não estava acostumado e cresci muito, amadureci muito. E dar muito valor por estar aqui. Tenho tentado passar para os meninos mais novos do dia a dia. Cheguei há pouco, mas converso com eles e a comissão que chegou fala de valorizar essa camisa. Estamos acostumados com esse lado de time grande, pressão boa da torcida que queremos. Temos que lidar com isso e dar valor. Quando jogamos numa camisa menor, contexto diferente, a gente enxerga quão bom é estar aqui. Enxerguei esse lado e valorizo muito mais minha vinda para cá”.

Contrato curto

“Venho me preparando desde antes para um desafio desse tamanho. Por tudo que fiz lá fora, tudo que construí com estafe e família. Era o que eu queria. Estar no Corinthians não é ser chamado, é ser convocado. Um chamado do Corinthians não pode ser recusado, por todo o contexto, toda a grandeza. Não tem como não pensar em vir para o Corinthians. Foi o meu pensamento. Uma vontade muito grande de estar aqui. É período curto para mostrar, mas me sinto pronto e se Deus quiser estender para longos períodos”.

Ascensão meteórica no Flamengo e expectativas não correspondidas

“Já consegui me reerguer quando foi para contexto de futebol europeu e me destaquei, mesmo que seja um clube menor. Já é reerguer carreira. Contexto grande e fui para um menor para mostrar meu valor. É mentalidade de quem quer vencer, crescer. Por isso me sinto pronto para estar aqui. A minha grande mudança foi a mentalidade. De menino para homem. Entender que o futebol é minha vida, que me deu tudo, e eu preciso dar valor a ele. Entendi, virei a chave, mudança de mentalidade me fez viver a camisa do Corinthians nesta sexta-feira (12) e estar pronto para esse desafio”.

Pegador de pênaltis

“Eu gosto muito do momento pênalti. É um momento que estudo, me preparo. Tento dar meu melhor, claro. Dentro desse preparo com treinador de goleiros e outros goleiros eu tenho vontade de ajudar, se for necessário, nessa ocasião. Me sinto muito bem nesse momento. Conversei com o treinador de goleiros há alguns dias. Passo responsabilidade para o batedor e fico mais tranquilo para fazer o trabalho. Vou procurar me destacar nisso também”.

O que o futebol português te agregou como atleta?

“Futebol europeu é bem diferente daqui. Exige muito da gente como atleta. Se não estiver no melhor nível fisicamente e mentalmente, não dá para jogar. Eu entendi. No Brasil as coisas mudaram muito também. Camisa como essa, tão grande como a do Corinthians, não tem como desempenhar o melhor. Entendi que preciso estar no máximo do meu nível. Não gosto muito de falar sobre mim, mas sou goleiro alto, mas me considero ágil também. Pretendo ajudar o clube dentro da baliza, dentro do que o treinador pedir, das táticas. Fazer meu trabalho para colocar o Corinthians onde tem que estar”.

Pressão

“A Fiel está bem acostumada de goleiros. É uma honra. Quem está no clube precisa lidar com essa pressão. Lidar com pressão é uma honra, é satisfatório. Temos que entender que é normal. É uma das chaves que precisei entender. O mental é muito importante, trabalho todos os dias nisso para que seja satisfatório como é nesta sexta-feira (12). Não tem sensação melhor de estar em campo com essa camisa, tenho certeza, e quero estar lá logo”.

Goleiro titular. O que acha de revezamento?

“Essa dúvida é melhor deixar para o treinador. Meu trabalho é desempenhar o melhor todos os dias, é no treino que mostramos que estamos prontos. Treinar todos os dias como se estivéssemos jogando. Donelli é um grande goleiro, tem mostrado isso, e quem jogar está pronto, se revezar também. O benefício maior tem que ser do clube, não pessoal. Não posso nunca me colocar à frente do Corinthians. Trabalho continuará sendo feito da melhor forma possível para quem escolher e para quem não escolher”.

Histórico de títulos x momento difícil no Corinthians

“A grandeza, isso me motivou a estar aqui. O tamanho do Corinthians. Sei que a posição atual não é a do Corinthians. Nem quis ouvir outras possibilidades quando meu empresário falou do Corinthians. Acompanho futebol, entendo o momento, um clube dessa grandeza não pode passar por isso. O peso dessa camisa vence jogo, conquista pontos, temos que entender isso. Quero ajudar com essa mentalidade dentro e fora de campo. Quis estar aqui. Vamos com certeza mudar isso”.

Exemplo de rivais com dificuldade para substituir ídolos, como Marcos e Rogério Ceni

“Eu vim para cá sabendo de tudo isso, de toda essa trajetória e tudo que aconteceu. Por isso vim feliz. Não vejo como dificuldade, vejo como oportunidade, oportunidade de mostrar quem é o Hugo atleta nesta sexta-feira (12), Hugo atleta, Hugo pessoa. Respeito a história de todos, mas quero construir a minha e que seja vitoriosa. É o que vou fazer aqui dentro”..

Importância de ser campeão em grande clube

“Importância gigante. Tudo que fica no currículo como título é legado quando encerrar carreira lá na frente. É algo que fica marcado na história, lembrado para sempre. Se todos pudessem entender isso, o quão importante é e o quanto nos tornamos grandes, o caminho fica mais estreito para chegar na grandeza. É uma sensação tão gostosa que queremos vencer mais e não queremos deixar de sentir aquilo. Entendo o momento do clube, mas também entendo onde podemos chegar. O Corinthians tem que brigar por títulos e é o que eu quero viver aqui”.

Jogo com os pés

“Todo dia. Goleiro tem que defender como primeira função, mas futebol evoluiu. O futebol precisa do goleiro para construir. Trabalhamos isso todo dia. Me vejo muito preparado nisso. Trabalho para fazer em campo, ficar à vontade nos jogos como nos treinos. Não vamos deixar de trabalhar nunca para desempenhar dentro de jogo, passar segurança. Passar segurança não só defendendo, mas também no bom domínio e passe. Para que o time fique seguro em todas as situações do jogo”.

Recepção do elenco. Qual é o clima?

“Elenco me recebeu super bem. Um elenco recheado de pessoas incríveis. Queria parabenizar o clube por todo estafe, todo ele. Do faxineiro ao treinador. Fui muito bem recebido, acolhido, e tenho muita vontade de treinar, acordo todos os dias querendo treinar, cumprimentar as pessoas. Isso deixa o ambiente favorável. Fui muito bem recebido, é um grupo incrível, fantástico, de qualidade incrível e que vai desempenhar em campo, não tenho dúvidas pelo que vejo nos treinamentos. Vamos desempenhar o melhor que sabemos”.

“Tive uma sensação totalmente diferente [contra o Vitória]. A Fiel faz gol, a Fiel ganha jogos. Já que não estava em campo, expressei de outra forma. Sou assim. Eu comemoro gol, comemoro defesa, faz parte de mim. Não tem outro caminho. Essa vontade temos que ter todo dia para sair dessa situação e chegarmos onde queremos chegar”.

O que a torcida pode esperar do elenco?

“O que a Fiel espera da gente é o que vamos fazer: sair dessa situação. O time mostra vontade em campo, é incômodo para nós, torcida, todos. Sabemos o tamanho do clube. A vontade de vencer é muito grande, de sair dessa situação. Desafio é grande, mas vontade é muito maior. A Fiel pode esperar isso de nós. Vejo isso na corrida no treino, na dividida no treino, é muito trabalho diariamente e tenho certeza que saímos dessa situação. Clube favorável, estafe favorável e grupo que quer vencer”.

“Converso com o Donelli todos os dias. Os goleiros em todos os clubes têm relação mais íntima. Somos um grupo dentro de um grupo, treinamos separados e sempre juntos. Donelli, Longo, Cadu, Kauê, todos eles têm enorme qualidade. Tenho 25 anos e sou os mais velhos, até brinco que o velhinho ganha deles. Que eles suguem de mim essa energia, eles vão me mostrar como é vestir essa camisa pois estão aqui há muito tempo. Vou sugar deles, quero que eles suguem de mim. Temos que ficar felizes com a alegria do amigo. Não é fácil se alegrar com a vitória do companheiro se a dele talvez não seja a sua. Mas a vitória do Donelli é a minha”.

O que não gostaria de passar na carreira mais?

“Nada. Tudo que eu passei me fez ser quem eu sou e chegar aqui nesta sexta-feira (12). Se não passasse por algum episódio, não vestiria a camisa do Corinthians nesta sexta-feira (12)”.

Primeiro trabalho do Ramón Díaz

“Treinos incríveis, intensidade muito alta. Muita vontade, muito duelo. Treinador pede e faremos isso em campo. Além da qualidade, temos que mostrar essa gana em campo. Tem que tirar força de onde não temos para tirar o Corinthians dessa situação”.

Altura

“O Corinthians vem de dois gigantes, literalmente. Cássio com 2 metros, Carlos Miguel com 2,04. Eu com 1,96 m. Isso me ajuda bastante. Sou bem alto, mas ágil também e gosto dessa qualidade. Cada goleiro tem sua característica, peculiaridade. O mais alto pode ser mais elástico, o mais baixo velocidade. Tudo é adaptação, treino. Todos treinam muito. Meu tamanho ajuda muito. Quero usar cada vez mais, aprender mais”.

Parte mental

“A mudança de mentalidade muda tudo na nossa vida. Tenho feito esse trabalho fora de campo e virou a chave para mim. Tenho um estafe comigo, pessoas que me ajudam. Jogador precisa trabalhar para jogar bola e desempenhar o melhor na parte física e mental. Alinhando isso, o resultado melhora em campo. E eu melhorei o meu. Todas as pessoas precisam ver que a parte mental é crucial. Talvez não damos tanta atenção, mas quando mental não está bom as coisas não andam, doenças aparecem. As coisas não são fáceis e, cuidando isso, a vida fica saudável, dormimos e comemos melhor, acordamos melhor. Tudo está na mente. Investi nisso para entender que preciso da parte mental. Tenho uma equipe que trabalha comigo, todos me ajudam muito e fico feliz com o trabalho feito. Olha onde cheguei novamente. As pessoas não têm noção de onde podem chegar quando a nossa mente é saudável”.

Reação ao gol contra o Vitória / Fabinho e Matheuzinho / número 1

“Estou muito feliz de estar aqui. Vou expressar sempre essa felicidade. O vídeo foi minha forma de se expressar. Fico feliz de reencontrar o Matheuzinho, Gustavo, Fabinho. Sou grato pela oportunidade. Matheus é meu amigo desde antes dele chegar na base do Flamengo. Fico feliz de evoluir com um amigo meu. A vitória do meu amigo é minha vitória. É muito bom trabalhar com quem gostamos, confiamos. O elenco todo é sensacional e tenho muita vontade de estar aqui todos os dias. Seja aqui ou para vida, vou levar para sempre”.

“É um número que gosto muito. Não tive oportunidade de usar no Flamengo. Tenho apreço muito grande, 1 é o goleiro, time começa por ele. Há muito tempo não se usa a 1 no Corinthians pela história do Cássio com a 12. Quero criar essa identificação com o clube, torcida. Para construir a minha história também”.

Virada de chave na parte mental / Diferenças entre Corinthians e Flamengo

“Virada de chave não teve episódio específico, algo concreto. Mas eu estava em um momento que via minha qualidade e potencial um pouco distantes de mim. Falei para mim: ‘Não sou esse Hugo, sei onde posso chegar’. Foi aí que eu entendi que a parte mental poderia me dar o melhor nível e talvez nem eu saiba onde quero chegar. Traçamos metas, planos, mas tem que alinhar a parte mental. Podemos planejar, mas fazendo as coisas certas podemos chegar ainda mais longe do que planejamos”.

“A atmosfera da arena é totalmente diferente. A torcida aqui apoia os 90 minutos, toma gol e canta mais alto. Isso me encantou. Independentemente da situação, a torcida apoia o clube. Fiquei encantado. Já tinha jogado contra, não é fácil, e jogar a favor com certeza é muito mais fácil. A torcida empurra, faz gol, tira a bola de cima da linha e os adversários sentem essa pressão na arena. A Fiel é incrível. Estou louco para estar em campo”.

“Talvez essa seja a grande diferença da Fiel. O torcedor apoia independentemente das circunstâncias e sentimos isso em campo. Quando sentimos esse apreço, esse calor, não tem como não desempenhar o melhor futebol”.

Estudo sobre o clube e preparação para a apresentação

“Um clube com a grandeza do Corinthians não precisa de estudo profundo. Importante saber as referências, tudo que fez o clube ter essa grandeza. Além de saber quem era o Corinthians antes, estudei para entender e entrar mais rápido nessa atmosfera. Falei para meus empresários que queria estar aqui e nem pensei em outra coisa”.

LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress

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