BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), evitou responder quando questionado sobre a escalada da violência na Bahia, estado que ele governou entre 2015 e 2022.
O estado enfrenta um aumento de violência desde o começo do ano, com crimes, tiroteios e violência policial.
Neste final de semana, subiu para nove o número de mortos pela polícia após o assassinato de um policial federal no estado.
Questionado pela reportagem, Rui Costa desconversou e disse que o assunto da coletiva de imprensa era o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A reportagem insistiu por um comentário, dizendo que ele foi governador no estado, ao que o ministro respondeu: “Fui”. E deixou o local.
O governo federal apresentou nesta segunda-feira (18) a diplomatas de outros países o PAC, o grande investimento do governo em políticas públicas, em cerimônia no Palácio do Itamaraty.
O evento foi apresentado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e representantes do Itamaraty.
HERANÇA DE GOVERNO
Foi na gestão de Rui Costa que os dados de violência policial na Bahia subiram, conforme apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Chefe do Executivo entre 2015 e 2022, ele viu as mortes por membros das forças de segurança saltarem 313% e baterem recorde no ano passado.
Dados do Ministério da Saúde apontam que a Bahia foi o estado brasileiro com o maior número de assassinatos nos últimos oito anos, com registro de pelo menos 49,5 mil homicídios entre 2015 e 2022. O número é 40% maior do que o do segundo colocado, ocupado pelo Rio.
As polícias da Bahia mataram mais pessoas em supostos confrontos do que todas as forças policiais dos Estados Unidos juntas no ano de 2022. O UOL comparou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Mapping Police Violence, dos EUA.
LEONARDO MARTINS / Folhapress