SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo condenou Adriane Yasmin, ex-namorada do piloto Ayrton Senna (1960-1994), a pagar R$ 11 mil à escritora Malu Magalhães. O valor pode ainda mudar conforme atualização. Segundo processo, ela omitiu a autoria de Malu no livro “Minha Garota”, lançado em 2019 e que rememora momentos íntimos do relacionamento dos dois, ocorrido ainda na adolescência de Adriane.
Segundo Debora Sztajnberg, advogada da escritora, sua cliente foi contratada para escrever o livro, e Adriane só pagou uma parte e lançou a obra como se fosse ela quem tivesse escrito. Cabe recurso.
Em contato por telefone com o F5, a escritora Malu Magalhães celebrou a decisão. “Consegui resgatar minha dignidade profissional. É uma batalha judicial que vem se arrastando desde 2020. O trabalho enobrece e dignifica, ainda mais quando ganhamos na Justiça, então é um enobrecimento triplicado”, disse.
“Fui injustiçada, eu trabalhei muito. Não fiz a biografia do Senna ou da Adriane, mas a biografia do casal nos quatro anos de relação. Simplesmente morri para o mundo, abandonei minha família, tive de ir para São Paulo, larguei clientes para trabalhar com exclusividade com ela. Fiquei quase um ano e só depois ela falou que não tinha ficado legal”, emenda.
Procurada, Adriane afirma que Malu não escreveu o livro nem teria o arquivo final. E que estaria tentando “assassinar minha reputação”.
“Ela já é credora de uma ação por danos morais e materiais que perdeu, com trânsito em julgado. Ela, na tentativa de execução integral do contrato assinado no valor de R$ 15 mil, recebeu da juíza R$ 2.500 porque entendeu que, apesar de estar longe de ter escrito o meu livro, ela fez ‘alguma coisa'”, diz.
O livro “Minha Garota” tem mais de 600 páginas e recorda a fase do namoro, quando Adriane tinha 15 anos, e Senna, 24. Ela nunca foi exposta por ele, que na época ainda começava a trilhar seu caminho e viu sua rotina virar uma loucura com fama, viagens, assédio de fotógrafos e fãs e contratos milionários.
LEONARDO VOLPATO / Folhapress