Exército vai recolher milhares de barris com produtos químicos de bairro de Canoas (RS)

SÃO PAULO, SP E CANOAS, RS (FOLHAPRESS) – No auge da enchente em Fátima, bairro de Canoas (RS), na região metropolitana de Porto Alegre, bombonas que estavam boiando na água ajudaram muitas pessoas a cruzar a água em segurança, como embarcações improvisadas. As mesmas bombonas —grandes recipientes plásticos— agora são vistas como ameaça à saúde dos moradores, pela possibilidade de contaminação por produtos químicos.

Segundo a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul), ainda existem entre 1.500 e 3.000 bombonas espalhadas pelo bairro. A pedido da Fepam, o Exército estará no bairro a partir desta terça-feira (4) para terminar o trabalho de localização e retirada dos recipientes. Não há previsão de quanto tempo será necessário para resolver o problema.

Chefe de licenciamento e controle da Fepam, Fabiani Vitt afirma que os recipientes não estavam cheios e estavam armazenados em uma empresa especializada na lavagem e retirada de resíduos dessas embalagens. “Por isso, não havia nenhum deles que estava cheio dos produtos químicos”, diz.

Ele estima que, ao todo, havia 4.000 bombonas no local. Não há informações sobre quantas já estavam limpas, nem quais seriam as substâncias presentes nas demais.

Fabiani Vitt afirma que o maior risco é que as pessoas tentem reutilizar as bombonas e acabem contaminadas por algum produto químico. Segundo ela, as substâncias não devem ter contaminado a água da enchente, até pela relação da quantidade de água com a quantidade de produtos.

Moradora de Fátima, a atleta paralímpica Erinelda Rodrigues diz que as bombonas também atrapalham a rotina no bairro.

“Ainda existem muitas delas espalhadas pelas ruas, nos pátios dos prédios e até em cima de algumas casas”, conta ela, que viu pessoas se salvarem da enchente ao usá-las como embarcação.

A panfleteira Márcia Regina Otto da Silva conta que não conseguiu retirar as bombonas que ficaram dentro do terreno de sua casa. Durante a enchente, ela mesma usou os tonéis para conseguir sair das áreas mais alagadas e ajudar outras pessoas na mesma situação.

Fabiani diz que o governo estadual já fiscalizou 110 empreendimentos em áreas de cheias e não encontrou indícios de contaminação grave.

Segundo ela, as refinarias de Rio Grande e Canoas e o Polo Petroquímico do Sul, em Triunfo, não tiveram suas áreas de estoque de material afetadas porque foram alertadas com antecedência sobre o risco de enchente.

LEONARDO FUHRMANN E CARLOS MACEDO / Folhapress

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