Exportações chinesas caem 7,5% em março, mais que o esperado

PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – As exportações da China ficaram em US$ 280 bilhões em março, anunciaram as autoridades de comércio exterior do país nesta sexta (12), uma queda de 7,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O percentual é superior à expectativa de economistas pesquisados antes pelo jornal The Wall Street Journal, que apontavam queda de 3,4%.

Analistas de empresas financeiras como Capital Economics e Macquarie Capital creditaram a redução à base elevada de comparação —os US$ 316 bilhões alcançados em março de 2023. Saindo das restrições ligadas à pandemia, a China registrou um ano atrás o seu melhor março em vendas, com um salto então de 14,8%.

A queda nas exportações em dólar também é creditada a fatores cambiais e vai na contramão dos resultados em volume. Segundo a Capital Economics, “apesar de uma queda maior que a esperada nos valores de exportação, os volumes de exportação subiram para níveis recordes”.

Em volume, por exemplo, carros elétricos apresentaram um salto de 25,6%, para 490 mil unidades exportadas no mês. Terras raras, de 10,4%, para 6,02 milhões de toneladas.

No agregado do primeiro trimestre, somando-se ao crescimento de 7,1% registrado em janeiro-fevereiro, o crescimento das exportações chinesas em dólar foi de 1,5%. O trimestre anterior, de outubro a dezembro de 2023, havia marcado uma queda de 1,2%.

Analistas afirmam que a redução das exportações em março não afeta a previsão de crescimento para as vendas chinesas no ano, de perto de 5%. Também afetariam pouco as projeções para o PIB, mais vinculadas ao comércio exterior por volume.

Além das exportações, também as importações em dólar mostraram queda em março, de 1,9%, segundo as autoridades chinesas. No primeiro trimestre, o resultado também acabou sendo positivo, um crescimento e 1,5%.

Citando o vice-diretor da Administração Geral das Alfândegas da China, Wang Lingjun, a agência Xinhua destacou que o comércio com os países que participam da Iniciativa Cinturão e Rota mostrou taxa de crescimento superior à média no mês —e respondeu por 47,4% do total, em volume, enquanto União Europeia, EUA, Japão e Coreia do Sul ficaram em 33,4%.

NELSON DE SÁ / Folhapress

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