RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A passagem de Taylor Swift pelo Rio de Janeiro para os shows da “The Eras Tour” se tornou um verdadeiro tumulto em decorrência da onda de calor que causou a morte de uma fã e o mal-estar de milhares de pessoas.
A artista remarcou a apresentação do último sábado para esta segunda-feira, dia 20, devido ao recorde de 42,5 °C registrado nos termômetros da capital fluminense. Apesar de tudo isso, os swifties não deixaram se abater pelos contratempos e compareceram desde cedo ao estádio Nilton Santos, o Engenhão, para ver a cantora.
Fila do show de Taylor Swift no último sábado, 18 Reuters Fila do show de Taylor Swift no último sábado, 18 **** Os fã-clubes, além disso, estão organizando um protesto durante a performance de Swift no palco, em virtude do que enxergam como descaso da produtora T4F e equipe nos episódios dos últimos dias. A empresa não se pronuncia sobre as críticas.
No sábado, por exemplo, a funcionária pública mineira Fernanda Figueiredo, de 25 anos, se machucou na entrada do estádio.
“Quando a gente entra, fica esperando em um portão lá dentro para liberar o acesso ao palco. Deu 15h, todo mundo correu e quando eu estava indo para a grade, uma menina veio de trás e caiu em cima de mim. Ralei todo meu braço”, diz ela, que foi atendida prontamente pela equipe do local.
Segundo a fã, que veio aos outros dois shows de Taylor na cidade, o acidente a deixou com o braço enfaixado, mas não desanimada. “Eu estou no meu quarto dia aqui, vim ao show na sexta, sábado, que não teve, e domingo. Estou muito cansada, mas também quero aproveitar a oportunidade de tentar ficar perto dela dessa vez”, afirma.
O mesmo ocorreu com Amanda Alves, de 28 anos, que é advogada. Ela conta que passou cinco horas debaixo do sol no sábado, quase chegou na grade e se decepcionou com o adiamento. “Foi anunciado que ela não vinha quando o sol já tinha ido embora”, lamenta.
“Eu trabalhava hoje, mas tive que falar com o chefe que paguei o ingresso caro, estava esperando por isso há muitos anos.”
Nas redes sociais, fãs organizam protestos contra a produtora do evento, a equipe de Taylor e a própria artista por terem evitado se manifestar sobre a morte de Ana Benevides na última sexta-feira (17), por uma parada cardiorrespiratória após o excesso de calor.
A ideia é permanecer por um minuto em total silêncio no estádio depois que a artista cantar “Champagne Problems”, momento que normalmente é usado pelos fãs para aplaudir Taylor.
A falta de posicionamento, diz a nota divulgada pelo fã-clube Updates Swift Brasil, “infelizmente, não condiz com a artista que sempre amamos”. O grupo organizou uma vaquinha para ajudar a família de Benevides.
Apesar de muitos fãs na fila não saberem da homenagem, vários concordaram com o posicionamento, mesmo frisando que Taylor não tem responsabilidade pelo ocorrido. “Eu acho válido, a gente viu a negligência da empresa. Por mais que não tenha sido culpa da Taylor, ela poderia ter fornecido um suporte financeiro para a família da menina”, aponta Fernanda.
“Eu acho uma boa forma de protestar. O fato de eles terem colocado também uma chapa de aço aqui no chão foi uma falta de respeito com os fãs. A Taylor vai entender”, diz Amanda.
Apesar de o clima ser de insatisfação com a empresa, os fãs não deixaram de lado a megaprodução para o show e montaram looks que fazem referência às eras de Taylor Swift.
Vestidos vermelhos, homenageando o álbum “Red”, ou roxos para o “Speak Now”. Também há fãs inspirados no disco “Lover”, com faixa de “Heart Break Prince”, ou então com muitos brilhos.
Apesar do tempo mais ameno que no último sábado, a temperatura no Engenhão é de 25 °C, com um clima abafado.
NATASHA WERNECK / Folhapress