SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na fila para o primeiro show de Taylor Swift em São Paulo, não há unanimidade em relação à postura da cantora após a morte da fã Ana Clara Benevides, no Rio de Janeiro, no último fim de semana. A americana faz três shows da turnê “The Eras Tour” no Allianz Parque a partir desta sexta-feira (24).
A reportagem ouviu dezenas de fãs que esperavam para entrar no estádio, e há diversas opiniões sobre como Swift tratou e deveria tratar o episódio. Além da morte de Benevides, cerca de mil pessoas desmaiaram no estádio Nilton Santos, em dia de forte calor.
Na opinião de alguns fãs, a mensagem que Swift postou no Instagram foi suficiente para homenagear Benevides, assim como cantar “Bigger than the Whole Sky” em show no Rio. Para outros, ela deveria fazer mais pela brasileira e por sua família.
Para Cintia Arruda, de 35 anos, a americana deveria ter feito uma homenagem em algum show no Rio. “Só uma foto no telão já era suficiente”, disse. “Ela cantou uma música que todo mundo achou que era para a Ana, mas não ficou claro.”
Isa Souza, 26, concorda e diz que a morte da fã foi “extremamente chocante”. “Se a gente parasse para pensar um pouco, nem era para estarmos aqui”. diz. “Acho que [fazer homenagem] seria de bom tom.”
Parte dos fãs acha que Swift deveria falar mais sobre a morte no palco e nas redes sociais. “Está faltando isso”, dizem Fernanda Rodrigues, 29, e Natália Gomes, 28.
Para Gabriel Pereira, 31, e Liandra Porto, 23, Benevides também merecia ser citada por Swift, mas eles acham que há motivos ocultos para isso ainda não ter acontecido. “Tem muito mais coisa por trás do que aparece no Twitter”, ele diz. “Nós, que somos fãs há mais de dez anos, sabemos.”
Mas Felipe Oliveira, 18, acha que mesmo não entendendo a “burocracia que tem por trás”, Swift deveria citar Benevides no palco. “Não é um dever, é questão moral. Ela diz que se sente desconfortável, mas é maior que ela.”
Há quem acredite que Swift está sendo culpada pela morte da fã. Clara Melo, 18, diz que a mídia está cobrando muito da loirinha, mas que dizer “meus sentimentos” e “condolências”, no palco, era algo “legal de se falar”.
Já Guilherme Costa, 24, afirma que quem é fã entendeu que a performance de “Bigger than the Whole Sky” no Rio já foi uma homenagem a Benevides. “[Se ela falar] o povo vai botar mais a culpa nela do que já está, sendo que a culpa é da T4F [a produtora dos shows, Time for Fun]”.
Manuela Burti, 23, pensa parecido e diz que “o grande público não entendeu que [cantar ‘Bigger than the Whole Sky’] foi uma homenagem porque não conhece as letras nem a história da Taylor”. “Tem que cobrar a T4F.”
Um fã acha que ela não está se pronunciando mais firmemente sobre a morte por causa do contrato com a Time for Fun para realizar a turnê no Brasil. “Ela vai fazer algo mais significativo quando o contrato acabar”, diz Marcos Eduardo, 27. “Enquanto estiver ativo, ela não diz nada.”
Algumas pessoas na fila também falaram que a família de Benevides não queria que ela não fosse homenageada nos shows. É o que disseram Malu Ferreira e Natália Lorenzo, ambas de 21 anos. “Tem que respeitar a vontade da família.”
LUCAS BRÊDA / Folhapress